Dados do Trabalho
Título
FIBRILAÇAO ATRIAL DE ALTA RESPOSTA VENTRICULAR COMO FATOR PREDITOR DE PERFIL DE INTERNAÇAO DESFAVORAVEL EM PACIENTES COM INSUFICIENCIA CARDIACA DESCOMPENSADA
Resumo estruturado
Introdução. A fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais prevalente em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). A descompensação do quadro crônico configura-se como importante complicação da IC, sendo sua gravidade dependente do perfil hemodinâmico à hospitalização. Objetivos. Avaliar o impacto da FA de alta resposta ventricular sobre a prevalência de perfil hemodinâmico frio/congesto (Perfil C) em pacientes com IC descompensada. Métodos. Estudo transversal, com 304 pacientes admitidos em hospital cardiológico por descompensação aguda de IC. As informações foram obtidas a partir de banco de dados coletado por profissionais de saúde devidamente treinados e presentes no momento da admissão hospitalar. 23 pacientes foram excluídos devido à presença de outras manifestações arritmogênicas que não a FA. Os 281 remanescentes foram distribuídos em grupos com e sem FA, sendo o primeiro estratificado conforme frequência cardíaca (valor de referência adotado de 110 batimentos por minuto, em conformidade com o limite máximo preconizado pela diretriz brasileira de insuficiência cardíaca de 2018). Para todos os grupos foram calculadas as porcentagens de perfis hemodinâmicos C à internação. Para comparar médias entre grupos, foi utilizado o teste t de Student. O cálculo de significância estatística foi feito no programa Epi Info, utilizando nível de significância de p <0,05. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú, sob o Protocolo n 1.957.872. Resultados. Dos 204 pacientes analisados sem FA, um total de 49 (24,02%) apresentaram-se em perfil hemodinâmico C. Dos 77 com FA, 46 foram admitidos com valores de frequência cardíaca superiores à 110 batimentos por minuto, enquanto 31 apresentaram frequência igual ou inferior a este valor. No grupo de FA com alta resposta ventricular, 30 pacientes (65,22%) enquadraram-se no perfil C, ao passo que no grupo de FA com baixa resposta ventricular 9 (29,03%) foram admitidos com esse mesmo perfil; não havendo diferença estatística entre os grupos sem FA e com FA de baixa resposta para presença de perfil frio/congesto. Houve significativa diferença estatística no grupo de FA com alta resposta quando comparado aos dois outros grupos citados, com valor de p <0,01. Conclusão. A alta resposta ventricular é fator de pior prognóstico em portadores de IC descompensada, evidenciando a importância do correto controle da frequência na redução da prevalência de perfis de maior gravidade à internação.
Palavras-chave (de 3 a 5)
FA, ICC, MORTALIDADE
Área
Clínico
Autores
FERNANDO FURTADO DE MELO NETO FERNANDO FURTADO FERNANDO FURTADO, BRENO COTRIM REIS