18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

ESPONDILODISCITES INESPECÍFICAS EM ADULTOS: ESTUDO RETROSPECTIVO

Objetivo

O objetivo deste trabalho é avaliar características epidemiológicas de adultos com espondilodiscite inespecífica, assim como evolução clínica após tratamento médico.

Metodologia

Trata-se de estudo retrospectivo de pacientes com diagnóstico de espondilodiscite inespecífica. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, acima de 18 anos, com tempo de seguimento mínimo de seis meses. Foram analisados dados epidemiológicos, laboratoriais e clínicos.
Foram analisados os seguintes dados epidemiológicos: tempo de sintomas até o diagnóstico, como dorsalgia, febre, queda do estado geral e dano neurológico, idade, sexo e comorbidades associadas.
Realizou-se avaliação laboratorial e análise de hemoculturas e culturas de tecidos. Dados relacionados ao tratamento também foram estudados, como duração da antibioticoterapia e necessidade de tratamento
cirúrgico, bem como o procedimento realizado. Os métodos diagnósticos por imagem empregados foram: radiografias em incidências ântero-posterior e perfil do segmento afetado da coluna e/ou tomografia
computadorizada e/ou resssonância magnética.
Por fim, foram analisados dados referentes a evolução clínica, como presença de dor residual, deformidade, déficit neurológico e morte.

Resultados

Nove pacientes foram incluídos. A média de idade foi de 64 anos, sendo sete homens (77,7%) e duas mulheres
(22,2%). Todos os pacientes avaliados tinham dorsalgia. O local mais acometido foi a coluna lombar (44,4%). Apenas três pacientes (33,3%) apresentaram febre e cinco (55%), sintomas constitucionais. O tempo médio de sintomas antes do diagnóstico foi de 2,5 (± 1,5) semanas. Apenas quatro pacientes (44,4%) tiveram culturas positivas. Cinco pacientes (55,5%) apresentaram alteração neurológica. Ao término do tratamento, dois pacientes melhoraram um nível no escore de Frankel, dois pacientes melhoraram dois níveis. A principal indicação para cirurgia foi déficit neurológico (55,5%). Dois pacientes avaliados foram a óbito em decorrência do quadro infeccioso.

Conclusões

Na amostra estudada, menos da metade dos pacientes com espondilodiscite piogênica tinha febre ou outros sintomas constitucionais. Dor nas costas estava presente em todos os casos.
Em menos da metade dos pacientes foi possível isolar o microrganismo responsável. A maioria dos pacientes foi submetida a tratamento cirúrgico, embora nem todos melhoraram do déficit neurológico decorrente da infecção na coluna.

Arquivos

Área

Tumor e Infecção na coluna vertebral

Instituições

Santa Casa de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

William Zarza, Alberto O Gotfryd, Rodrigo G M Mendonça, Nelson Astur, Maria Fernanda Silber Caffaro , Mauro José Costa Salles, Robert Meves