18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

Cirurgias não programadas em pacientes com escoliose de início precoce tratados com haste de crescimento tradicional e neuronavegação.

Objetivo

A proposta deste estudo foi verificar a taxa de cirurgias não programadas em pacientes com escoliose de início precoce (EIP) submetidos à instalação de dupla haste de crescimento com fixação proximal incluindo parafusos pediculares inseridos com auxílio de navegação guiada por tomografia computadorizada (TC) e ganchos.

Metodologia

Estudo retrospectivo realizado em um único centro. Foram revisados os prontuários de todos os pacientes consecutivos com o diagnóstico de EIP submetidos à instalação de hastes de crescimento entre 2016 e 2020, com pelo menos 1 ano de acompanhamento. Como desfecho primário, foram consideradas as complicações que demandaram retornos não programados ao centro cirúrgico, como soltura, quebra ou exposição dos implantes e infecção pós-operatória.

Resultados

Um total de 14 pacientes com escoliose de início precoce foram submetidos à instalação do sistema de crescimento, dentre eles, 6 eram do sexo feminino e 8 do sexo masculino. A média de idade foi de 7,4 anos e o acompanhamento médio foi de 39,14 ± 11,91 meses. Com relação à etiologia da escoliose houve uma distribuição de 43% de pacientes sindrômicos, 21% de escolioses congênitas, 21% de neuromusculares e 14% de idiopáticas. A magnitude média da curva coronal inicial era de 87,7 ± 17,9° e da cifose torácica era de 54 ± 21,8°.
Três pacientes necessitaram retornar uma vez ao centro cirúrgico para a realização de cirurgias não programadas, resultando numa taxa geral de reoperação não planejada de 21,42%. Ocorreram 2 falhas de instrumentação proximal e uma distal. Após revisão das falhas proximais e montagem subsequente com predomínio de parafusos pediculares, não houve soltura dos implantes, nem mesmo migração intracanal ou alteração neurológica. Não houve falha proximal em nenhum dos casos tratados inicialmente com predomínio de parafusos proximais.

Conclusões

Na nossa opinião a combinação de montagens com dupla haste e um total de 4 a 6 pontos de fixação proximal utilizando ao menos 4 parafusos inseridos com o auxílio da navegação intra-operatória, pode contribuir com a diminuição das taxas de complicações associadas a este procedimento.
Trata-se de uma coorte com pacientes graves, complexos do ponto de vista clínico e cirúrgico, submetidos a um tratamento longo e com um tempo de acompanhamento relevante. Os dados apontam para uma menor taxa de reoperações nos pacientes tratados com predomínio de parafusos proximais, a despeito das limitações. A navegação intraoperatória guiada por tomografia, é uma ferramenta importante que pode contribuir com maior precisão no tratamento destas crianças com escoliose de início precoce.

Arquivos

Área

Deformidade na criança

Instituições

Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação - Distrito Federal - Brasil

Autores

Alex Oliveira Araujo, Rafael Garcia Oliveira, Ricardo Ferreira Leite Filho, Cicero Ricardo Gomes