18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

Espinha Bífida: Uma análise epidemiológica em uma década no Brasil.

Objetivo

Analisar as modificações epidemiológicas de casos de espinha bífida no Brasil na última década.

Metodologia

Estudo epidemiológico, retrospectivo, descritivo, realizado com dados obtidos no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS). Para uma análise mais elaborada, foram consideradas as variáveis faixa etária dos pacientes, internações, valor dos serviços hospitalares, média de permanência e a taxa de mortalidade por ano de atendimento no período de novembro de 2011 a novembro de 2021.

Resultados

No intervalo analisado, ocorreram um total de 10.577 internações por espinha bífida no Brasil, com uma média anual de 961,5. Essas internações tiveram um valor total de serviços hospitalares de mais de 27 milhões de reais, custando em uma média anual mais de 2,46 milhões. Ao relacionar os valores dos serviços hospitalares ao número de internações anuais, foi possível perceber que, no período analisado, o país apresentou uma média de custo de 2562,9 reais por internação. Em 2011, o valor era de 2310,6 reais (9,8% abaixo da média), enquanto em 2021 esse valor foi de 3155,1 reais (21,5% acima da média), o que representou um aumento de 34,8% no custo por internação entre os polos do período analisado. Em relação a média de permanência por internação, teve-se no intervalo uma média de 11 dias, com o seu início em 2011 demonstrando uma média de 13,8 dias e o seu término em 2021 com uma média de 10,4 dias de permanência por internação, representando uma diminuição de 24,6% entre esses anos. Outrossim, a taxa de mortalidade total por ano desse período foi de 2,15. Onde, 2011 teve uma taxa de 2,04 e 2021 de 2,56, demonstrando um aumento de 25,5% em relação a esses anos. Ademais, a faixa etária de menores que um ano, correspondeu a 64,2% do total das internações desse intervalo com 6.786. Essa faixa etária também sofreu o maior aumento do período em relação ao seu início e fim, com 427%. Em 2011 ela representou 45,7% das internações do ano, em 2021 passou a representar 79,4%, um crescimento de 73,7%.

Conclusões

Na última década, as internações por espinha bífida geraram um custo de mais de 27 milhões de reais em valores hospitalares. Diante desse cenário, ainda que a média de dias de internação tenha diminuído, esse fato não correspondeu a uma diminuição dos gastos. Na verdade, ocorreu no período um aumento importante do custo por internação. Outrossim, a diminuição do tempo de internação foi simultânea ao aumento na taxa de mortalidade, e não a sua queda. Além disso, foi possível identificar que a faixa etária menor que um ano, foi a mais acometida, além de ser a que apresentou maior crescimento na representação dos casos. Portanto, fomenta-se um estudo mais aprofundado acerca dos motivos pelos quais a diminuição do tempo de internação médio não correspondeu a uma diminuição no custo e na taxa de mortalidade.

Área

Deformidade na criança

Instituições

Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Luciano de Albuquerque Mota, Pedro Lucas Grangeiro de Sá Barreto Lima, David Augusto Batista Sá Araújo, Geovanni Guimarães Bandeira, Sophia Costa Vasconcelos, Francisco Matheus Oliveira de Carvalho, Arnaldo Ribeiro de Arruda, José Arnaldo Motta de Arruda