Dados do Trabalho
Título
UTILIZAÇÃO DE PARAFUSOS PEDICULARES NA COLUNA CERVICAL SUBAXIAL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O POSICIONAMENTO TOMOGRÁFICO DE 102 PARAFUSOS E REPERCUSSÃO CLÍNICA
Objetivo
Comparar os resultados clínicos e radiológicos e avaliar a segurança da aplicação de parafusos pediculares na coluna cervical subaxial, técnica pouco difundida entre os cirurgiões de coluna.
Metodologia
Foram avaliados os resultados referentes à aplicação de 102 parafusos pediculares subaxiais no tratamento de patologias cervicais em 19 pacientes, sendo 14 do sexo masculino e 5 do sexo feminino, com idade entre 16 – 76 anos (média = 57,7) no período compreendido entre 2005 e 2021. Os pacientes selecionados apresentavam morfologia pedicular favorável demonstrada por tomografia computadorizada pré-operatória. A técnica cirúrgica utilizada apresentou conceitos híbridos entre a técnica original de Abumi, a Funnel Technique e Pedicle Axis View, sem o uso de navegação tri-dimensional. A avaliação clínica foi feita no período pós-operatório a procura de sinais e sintomas relacionados à lesão da medula espinhal, raízes nervosas cervicais e artéria vertebral. A classificação do posicionamento dos parafusos foi realizada de maneira independente por três cirurgiões de coluna, por meio de corte axial tomográfico ao longo do eixo dos parafusos, classificando de acordo com a classificação proposta por Neo et al.
Resultados
No período compreendido entre 2005 e 2021, foram inseridos 102 parafusos pediculares entre C3-C6 em 19 pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de patologias cervicais. O diagnóstico inicial foi de mielopatia espondilótica em 9 pacientes, trauma cervical em 7, patologias tumorais em 2 pacientes e 1 síndrome medular central. Foi evidenciado que 81,4% dos parafusos não apresentava nenhum desvio, e apenas 1,9% com desvio grau 3 de Neo. O nível mais sujeito a desvios críticos (graus 2 e 3) foi C3, sendo C6 o nível com melhor acurácia – 96,7% dos parafusos não apresentaram qualquer perfuração cortical neste segmento. O posicionamento incorreto foi mais frequentemente lateral, em 68,4% dos casos com desvio. Não houve nenhum parafuso classificado como Grau 3 para desvio medial. Como complicação, apenas um paciente apresentou comprometimento neurológico radicular condizente com o posicionamento inadequado – grau 2 medial, evoluindo positivamente sem a necessidade de reabordagem. Não houve necessidade de retorno ao centro cirúrgico para reposicionamento em nenhum paciente. Um paciente evoluiu com óbito no sétimo dia pós-operatório devido a acidente vascular encefálico isquêmico em território da circulação anterior, sem correspondência anatômica com as possíveis complicações do procedimento. Não houve complicações vasculares relativas à artéria vertebral.
Conclusões
Apesar de tecnicamente exigente, a utilização de parafusos pediculares na coluna cervical subaxial se mostrou segura, com baixa taxa de mau posicionamento na análise tomográfica pós-operatória e complicações clínicas relevantes.
Arquivos
Área
Degenerativa cervical
Instituições
INTO - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Igor Ebert Cechin, Alderico Girao Campos Barros, Luis Eduardo Carelli Teixeira Silva