18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

Análise de comprometimento neurológico e de técnicas cirúrgicas na espondiloptose cervical traumática

Objetivo

Os objetivos do resumo foram esclarecer as abordagens cirúrgicas da espondiloptose cervical traumática e expor a variação neurológica dos pacientes acometidos.

Metodologia

A pesquisa foi realizada nas bases de dados PUBMED e EMBASE no dia 16/02/2022 com corte temporal de 2017-2022. Foram utilizados os descritores MeSH ‘spondyloptosis’ e ‘cervical spine’ e descritores Emtree ‘spondyloptosis’, ‘cervical spine’ e ‘nervous system injury’ ligados utilizando os operadores booleanos ‘AND’. Obteve-se 18 resultados na PUBMED e 11 resultados na EMBASE. Foram excluídos trabalhos duplicados e que traziam lesões não-traumáticas, resultando em 17 artigos que foram utilizados nessa revisão.

Resultados

A espondiloptose cervical traumática é uma forma de luxação que devido à compressão ou à transecção da medula espinhal leva a danos neurológicos. O paciente pode apresentar acometimentos sensitivos e motores descritos na escala da American Spinal Injury Association (ASIA) para Lesão Medular, a exemplo de: cervicalgia, espasticidade e resposta plantar extensora. Nas lesões dos elementos posteriores, a medula espinhal pode ser preservada, levando à descompressão natural e ao alargamento do canal medular, mantendo o paciente neurologicamente intacto. A análise do comprometimento nervoso cervical com o uso de exames de imagem é necessária para conduzir o paciente quanto à técnica cirúrgica, pois lesões não diagnosticadas podem resultar em acometimentos neurológicos graves. Para casos de espondiloptose cervical traumática, existe uma variedade de técnicas e abordagens que podem ser empregadas de acordo com o mecanismo de trauma e a região afetada. Devido à variedade de abordagens, não existe consenso na literatura para o tratamento dessas lesões. Entretanto, esse tratamento costuma ser feito utilizando distintas vias de acesso, sendo elas anterior, posterior ou em combinação. Procedimentos geralmente seguem um padrão de ordem, variando quanto ao material e a técnica utilizada: pode-se realizar a tração antes da realização da cirurgia para realinhar a fratura, seguida da descompressão da medula que inclui procedimentos como a corpectomia e laminectomia. Depois estabilizam-se as vértebras podendo-se realizar a inserção de enxerto, e por fim realiza–se a fusão óssea. Embora algumas literaturas indiquem o tratamento de maior resolução por via posterior, é recomendado que em lesões mais complexas, como a espondiloptose, seja empregada também a fixação por via anterior, costumeiramente na abordagem de Smith e Robinson.

Conclusões

A análise do comprometimento nervoso cervical é necessária para classificar o paciente na escala ASIA e para determinar a abordagem cirúrgica do paciente, evitando consequências neurológicas graves. Em relação aos aspectos procedimentais da espondiloptose cervical traumática, não há uma convergência na literatura quanto à técnica cirúrgica, havendo diferentes formas de conduzir o paciente a depender do mecanismo de trauma associado com o deslizamento vertebral a nível cervical.

Área

Trauma na coluna vertebral

Autores

MIGUEL VIEIRA DE ALMEIDA, DANIEL MONTE DE ANDRADE GERVÁSIO, JÚLIO FARIAS RANGEL, YAN GONDIM DE SOUSA, RONALDO BARBOSA DE FARIAS JÚNIOR