Dados do Trabalho

Título

Impacto da Obesidade sobre os desfechos clínicos da cirurgia da coluna por artrodese via lateral transpsoas

Objetivo

O objetivo do trabalho é investigar o impacto do IMC do paciente sobre os desfechos clínicos da cirurgia de coluna por via lateral transpsoas.

Metodologia

Estudo de coorte, retrospectivo, unicêntrico, comparativo e não randomizado.

Critérios de Inclusão
Pacientes como mais de 18 anos, que assinaram termo de consentimento livre e esclarecido e que tenham recebido ao menos um nível de LLIF.

Critérios de Exclusão
Pacientes que tenham recebido outro tipo de fusão intersomática, que não LLIF, pacientes que receberam cirurgia em outra região que não a lombar, pacientes que não possuíam desfechos clínicos no pré-operatório.

Divisão dos Grupos
- Os pacientes foram divididos entre não obesos e obesos, de acordo com o critério de IMC, sendo valores maiores que 30 indicativos de obsesidade.

Desfechos Análisados
- Desfechos cirúrgicos: Tempo de Cirurgia, Perda Sanguinea, Tempo de Internção Hospitalar, Tempo de Internação em UTI e Complicações
- Desfechos Clínicos: ODI

Análise Estatistica
Todas as figuras e testes estatísticos foram realizados no programa R, versão 4.0.
O teste de normalidade das variaveis continuas foi feito pelo método de Shapiro-Francia, no pacote nortest. Para a comparação de variancia entre as variaveis continuas, foi utilizado o teste de Wilcox (dois grupos) e Kruskall-Wallis (três ou mais grupos) com ajuste de p pelo método de Benjamin-Hocheberg, do pacote . Para testes de variaveis qualitativas, foi utilizado o método de qui-quadrado. Valores de p menores que 0.05 foram considerados estatisticamente significativos.

Resultados

302 pacientes foram incluídos no estudo, sendo 172 do sexo feminino ( %) e com mediana de idade 64 anos [25-89 range]. O peso médio dos pacientes foi de 77.2 kg, a altura média de 1,66 cm e IMC médio de 27.3.

Quando avaliada a perda sanguínea, não houve diferença estatisticamente significante ao comparar os grupos. Pacientes obesos apenas apresentaram maior sangramento quando recebendo 3 ou mais níveis de cirurgia. Em relação ao tempo cirúrgico, não houve diferença entre os grupos.

Não houve diferença entre o tempo de internação entre os grupos quanto internação hospitalar (p = 0.7) e UTI (p=0.33). Ademais, não houve diferença entre o número de complicações e os diferentes tipos de IMC. Quanto a melhora clínica pós cirúrgica medida pelo ODI, não houve diferença estatística entre os grupos. Ambos grupos apresentam melhora significativa dos desfechos clínicos quando comparados ao pré-operatório.

O comportamento em pacientes operados com mais de 3 níveis, foi similar ao comportamento de pacientes com um ou dois níveis operados, com ambos os grupos apresentando resultados similares nos follow-ups. Ademais, de maneira interessante, pacientes obesos a apresentaram uma súbita melhora pós-operatória, que só foi alcançada por pacientes não obesos no follow-up de 6 meses

Conclusões

O LLIF é uma cirugia segura e eficaz, não sendo a obesidade um fator de risco ou limitante, na capacidade da técnica de trazer benefícios clínicos aos pacientes.