18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

Case Report of two revision surgery for late failed total disc replacement

Introdução

Diversas técnicas cirúrgicas foram propostas nos últimos anos para o tratamento da dor lombar na presença de doença degenerativa discal. No entanto, a fusão vertebral ainda é o padrão ouro no tratamento. Tal método, porém, não é unânime entre os especialistas, não só por conta de suas complicações, mas também pelo aumento do estresse mecânico dos segmentos adjacentes que podem ocasionar novos focos de instabilidade e dor. Uma imensa variedade de modalidades para fusão tem sido realizada no último século, com índices radiológicos de fusão em acima de 95% dos casos .A SB Charité III foi a primeira prótese de disco lombar a ser utilizada em larga escala. Ela foi anunciada internacionalmente em 1989.O objetivo desse estudo é analisar as complicações relacionadas à cirurgia de revisão tardia da prótese de disco lombar, avaliar os riscos envolvidos na cirurgia dos casos que necessitem retirada da prótese, bem como descrever a experiência da nossa equipe no manejo desse grupo particularmente desafiador de pacientes

Relato de caso

Uma paciente do sexo feminino, com 46 anos na ocasião, apresentava quadro de lombalgia axial refratária a tratamento conservador, tendo sido submetida a artroplastia lombar em 2003, com implantação de duas próteses de disco SB Charité III nos níveis L4-L5 e L5-S1. Após a cirurgia, a paciente apresentou melhora das queixas, permanecendo assintomática por 16 anos. No início de 2019, iniciou quadro de lombociatalgia com irradiação para membro inferior esquerdo, sem resposta satisfatória a terapias físicas e tratamentos medicamentosos. Ressonância magnética de coluna lombar realizada na ocasião evidenciava deslocamento da prótese no nível L4-L5, com compressão da raiz emergente no mesmo nível. Não havia alterações relacionadas a cirurgia realizada no nível L5-S1

Optou-se por revisão da prótese em L4-L5 utilizando-se a técnica lateral transpoas. A prótese de disco foi removida sem complicações, tendo sido substituída por um cage intersomático com lordose de 30 graus, com complementação posterior utilizando parafusos pediculares percutâneos bilaterais em L4 e L5. Após a cirurgia, a paciente apresentou resolução completa dos sintomas prévios a cirurgia. No seguimento pós-operatório, ao exame físico, apresentava discreta redução de força em membro inferior esquerdo, que melhorou completamente após 6 semanas. No seguimento de um ano após a cirurgia, paciente apresentou uma melhora no ODI de 40 para 6.

Conclusão

Ao contrário da fusão posterior isolada, a retirada da prótese de disco pela via anterior apresenta grande risco e morbidade associada devido à proximidade de estruturas neurovasculares ao local de inserção da prótese e as reações cicatriciais e aderências relacionadas a cirurgia inicial para implante da prótese. Sérias complicações com alta morbimortalidade associada pode decorrer da cirurgia para remoção tardia da prótese de disco lombar.

Área

Degenerativa lombar

Instituições

Instituto de Patologia da Coluna - São Paulo - Brasil

Autores

Igor Barreira, Gabriel Pokorny, Rodrigo Amaral, Rafael Moriguchi, Marcelo Yozo, Luiz Pimenta