18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

Tratamento de complicação em vertebroplastia por extravasamento de cimento ortopédico em canal medular: relato de caso

Introdução

A osteoporose enfraquece o tecido ósseo através da degradação ou diminuição da densidade, aumentando o risco de fraturas, das quais as por compressão vertebral prevalecem. (MAO, et al., 2021). Ressalta-se a vertebroplastia percutânea (VPP) como método de tratamento, procedimento cirúrgico minimamente invasivo que vem ganhando popularidade (WANG, et al., 2018). Segundo LEE; LEE; JIN (2017), envolve a injeção de cimento (Polimetilmetacrilato (PMMA)) em um corpo vertebral fraturado. Entretanto, a complicação mais comum que pode ocorrer é o extravasamento do PMMA, quadro que pode resultar em sérias consequências, embora na maioria seja assintomática (ARABMOTLAGH, et al., 2017). Ademais, muitos fatores podem contribuir para o vazamento de cimento, incluindo a quantidade de cimento injetado, porcentagem preenchida da vértebra, viscosidade, pressão de injeção, grau de osteoporose e da fratura (ZHAI, et al., 2021). Esse relato objetiva descrever um caso de complicação por extravasamento de cimento ósseo devido a técnica de VPP em paciente com fratura vertebral osteoporótica (FVO).

Relato de caso

Paciente, feminina, 73 anos, história de dorsalgia há mais de 3 meses, sem relato de trauma e evoluindo com dor refratária limitando suas atividades de vida diária procurou atendimento. Ao exame físico apresentou dor axial na região da coluna torácica, com piora à palpação de processos espinhosos na região médio-torácica. Feito RM, evidenciou-se fraturas de vértebras T6 e T7 no qual se optou por tratamento cirúrgico com VPP e melhora considerável do quadro álgico no primeiro dia de pós-operatório. No entanto, após o terceiro dia começou a apresentar queixa de recorrência da dorsalgia, de forte intensidade (EVA 9) que piorava em ortostatismo e deambulação. Sem déficits neurológicos. Realizou-se tomografia que evidenciou extravasamento de cimento ósseo no interior do canal vertebral, sendo optado por realizar descompressão e retirada do fragmento de cimento ósseo. Posteriormente, a paciente evoluiu com resolução do quadro álgico.

Conclusão

O extravasamento de cimento para o interior do canal vertebral é uma rara complicação. Maioria dos casos é clinicamente silencioso. Em casos sintomáticos (dor pós-operatória ou déficit neurológico), recomenda-se realização de Tomografia Computadorizada para confirmação diagnóstica e a cirurgia se mostra necessária para descompressão neural.

Área

Doenças ósteo-metabólicas na coluna vertebral

Autores

Johanna Lis de Sousa Aguiar Düpont Schuck, César Ernani Vasconcelos Rufino, Denise Marques Costa Pereira da Silva, Frederico Araújo Leite, Hugo José Sousa Sales da Silva