18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

Avaliação funcional e radiográfica de pacientes que evoluíram com infecção após instrumentação posterior da coluna torácica e lombar.

Objetivo

Este trabalho visa, mediante aplicação de questionários de qualidade de vida, comparar o desfecho clínico pós-operatório e taxa de consolidação das artrodeses posteriores instrumentadas, após seis meses de cirurgia com pacientes que evoluíram e não evoluíram com infecção.

Metodologia

Trata-se de estudo transversal que avaliou a qualidade de vida pós-operatória com amostragem de conveniência de 47 pacientes submetidos à instrumentação de 3ª geração, por via posterior, da coluna vertebral que evoluíram ou não com infecção de sítio cirúrgico, com no mínimo 6 meses de pós-operatório, em uma proporção de 2:1, com 31 pacientes compondo o grupo controle, sem infecção, e, 16, o grupo caso, com infecção. Aplicou-se os questionários SF-36, ODI, ODOM e VAS para Dor Lombar, Dorsalgia, e Dor nas Pernas, além da aplicação dos critérios de Molinari, para avaliar evolução da artrodese.

Resultados

Obtida amostra de 47 pacientes na análise final do trabalho, não havendo perdas. 27 (57,4%) eram do sexo masculino e 20 (42,6%), do sexo feminino, com média etária de 45,4 anos (± 17,1). A causa de cirurgia mais prevalente foi traumática com 22 (46,8%) casos, seguida por degenerativa, 12 (25,5%), deformidades, 9 (19,1%), e tumores, 4 (8,5%). Observou-se diferença estatística entre pacientes com e sem infecção (p = 0,015), com etiologia traumática na maioria dentre os infectados. Não houve diferença estatística (p > 0,05) da infecção na consolidação da artrodese entre os grupos com e sem infecção. Nenhum dos escores do SF-36 apresentou diferenças médias estatisticamente significativas (p > 0,05) dentre as etiologias. No domínio de aspectos físicos do SF-36 houve diferença média estatisticamente significativa entre as categorias de artrodese (p = 0,025), com pacientes com Grau III de Molinari, com escores 0 nesse domínio. Os escores de qualidade de vida não diferiram em média estatisticamente entre os sexos (p > 0,05). Idade, sexo, etiologia e consolidação da artrodese, não influenciaram estatisticamente no escore ODOM (p > 0,05). A análise global com os escores de Oswenstry, VAS dorsal, lombar e perna, SF-36 e ODOM, entre os dois grupos, não diferiram em média estatisticamente (p > 0,05), mesmo após o ajuste do sexo e da idade dos pacientes e para alguns escores também pela classificação da artrodese.

Conclusões

O estudo demonstrou que não houve diferença nos escores de qualidade de vida e consolidação de artrodese pós-operatória no longo prazo entre pacientes que evoluíram e não evoluíram com quadro de infecção

Arquivos

Área

Tumor e Infecção na coluna vertebral

Autores

FERNANDO BALSIMELLI, LUCAS SEABRA FERNANDES, WILLIAM ZARZA SANTOS, RODRIGO GOES MEDEA MENDONÇA, ALBERTO OFENHEJM GOTFRYD, MARIA FERNANDA SILBER CAFFARO, ROBERT MEVES