Dados do Trabalho
Título
Subluxação rotatória atlantoaxial associada a espondilolistese traumática do Axis: Relato de caso e revisão da literatura
Introdução
As lesões traumáticas da pars articularis do Áxis, denominadas espondilolistese traumática do Áxis correspondem a 4-7% de todas as fraturas da coluna cervical e são causadas por uma combinação de mecanismos que incluem compressão, rotação, extensão e, possivelmente, distração. A associação desta com a subluxação rotatória C1-C2 é extremamente rara, sendo que os autores encontraram apenas 2 casos descrito na literatura até o presente momento. Em virtude disso, não há um sistema de classificação que engloba ambos tipos de lesão ou mesmo diretrizes que guiam a abordagem terapêutica.
Relato de caso
Uma paciente de 23 anos apresentou-se ao serviço de emergência de um hospital de alta complexidade após trauma contra trem de metrô. Radiografias e tomografias iniciais segundo o protocolo ATLS evidenciaram espondilolistese traumática do Áxis associada a subluxação rotatória atlantoaxial. A abordagem inicial consistiu na instalação do halo craniano com tração progressiva para redução da fratura. Entretanto, ao iniciar a tração, verificou-se aumento no desvio da fratura da pars articularis de C2, denotando um mecanismo de distração. Assim, foi optado pela redução aberta e artrodese de C1 a C3 via posterior.
Conclusão
A raridade desta combinação de fraturas dificulta o direcionamento para abordagem terapêutica mais adequada. A associação de ambas foi fator de confusão para interpretação e correta classificação do padrão da fratura de C2 o que levou, em um primeiro momento, a escolha equivocada para tratamento de urgência. Assim, é fundamental a avaliação conjunta de ambas as fraturas e, nessas situações, a redução aberta e fixação posterior constitui a abordagem mais adequada.
Arquivos
Área
Trauma na coluna vertebral
Instituições
Escola Paulista de Medicina - UNIFESP - São Paulo - Brasil
Autores
Guilherme Henrique Porceban, Renato Hiroshi Salvioni Ueta, David Del Curto, Fabio Antonio Vieira, Eduardo Barros Puertas