18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

Tumor de células gigantes em 4ª vértebra torácica. Relato de caso.

Introdução

O Tumor de Células Gigantes ósseo é um tumor benigno, entretanto, com um alto potencial de agressividade local e possibilidade de metástases. Representa cerca de 5% dos tumores ósseos primários e aproximadamente de 3 a 5% dos casos apresentam metástases. Desta maneira, o TCG na coluna vertebral é uma patologia incomum. As ressecções cirúrgicas com margens amplas é o padrão ouro para o tratamento, porém a complexidade da localização, muitas vezes impede a sua excisão por completo.

Relato de caso

Paciente masculino, 32 anos, procurou atendimento de emergência apresentando queixa de dor dorsal à esquerda. Realizado estudo radiológico simples sem evidencia de alterações. Evoluiu com piora da dor, associada a marcha atáxica, fazendo-o procurar serviço de emergência, realizou TC de coluna cervical e dorsal que evidenciou lesão expansiva osteolítica de aspecto neoplásico em T4, promovendo estenose absoluta de canal. Encaminhado ao cirurgião de coluna vertebral, ao exame paciente permanecia com queixa de dorsalgia intensa , associada a paraparesia em membros inferiores com força muscular grau 3/4 e hiperreflexia patelar e Aquileu. Realizou RNM de coluna total que confirmou lesão expansiva no corpo de T4, sendo submetido a descompressão medular por via posterior e biópsia em caráter de urgência. No pós operatório imediato paciente mobilizava membros inferiores, evoluindo com melhora progressiva, porém retornou 30 dias após a primeira abordagem cirúrgica com o laudo histopatologico de tumor de células gigantes e apresentando paraparesia em membros inferiores com força muscular grau 2 em uso de cadeira de rodas .Foi realizada nova RMN que evidenciou lesão infiltrativa em praticamente toda a extensão, com aumento nas dimensões da lesão, determinando estenose praticamente por completo do canal medular torácico em topografia de t4 e T5. Optado por realização de toracotomia anterolateral para ressecção do tumor pela topografia da lesão tumoral .No pós operatório, paciente evolui com melhora da força dos membros inferiores. Evoluiu com pneumonia e ficou em tratamento clínico e fisioterápico por 25 dias no hospital. Foi de alta utilizando andador e em franca recuperação neurológica dos membros inferiores .Fez uso de denosumab como tratamento neoadjuvante . Realizou nova RNM 3 meses após cirurgia, sem evidencias de lesão neoplásica. Hoje, um ano após ressecção tumoral, paciente encontra-se sem nenhum déficit neurológico, deambulando sem dificuldade e sem dores.

Conclusão

O acometimento da coluna torácica por um TCG é infrequente. É preciso de uma adequada correlação clínico- radiológico e histológica para o seu correto diagnóstico. O tratamento de escolha para esses tumores é a ressecção cirúrgica em blocos com margens amplas, porém no paciente em questão não foi possível realizar esta cirurgia devido a anatomia da lesão, então decidiu-se pela realização de acesso transtorácico para a abordagem precisa do tumor e retirada com segurança não agregando morbidade ao paciente.

Área

Tumor e Infecção na coluna vertebral

Autores

Filipe Ribeiro de Arruda, Frederico Perboyre Melo Freitas, Eduardo Salvador Gerace , Pedro Edson Martiniano Lopes