Dados do Trabalho
Título
Estudo retrospectivo das vias de abordagem transoral e transoral estendida, aplicabilidade em diferentes doenças da junção crânio-cervical.
Objetivo
revisar os casos cirúrgicos de pacientes com doenças da coluna cervical alta submetidos ao acesso transoral (TO), à sua forma estendida (glossotomia labiomandibular - GLM) e ao percutâneo, comparando-os com a literatura pertinente.
Metodologia
revisão dos casos cirúrgicos abordados por via transoral, entre 2000 e 2018, no mesmo centro brasileiro especializado de cirurgia de coluna vertebral. Os pacientes foram acompanhados clínica e radiologicamente por um período mínimo de 1 ano. Os parâmetros avaliados foram a idade do paciente no momento da cirurgia, a doença de base, o procedimento cirúrgico realizado (transoral clássico, estendido ou percutâneo), realização ou não de velotomia, o tipo de acesso faríngeo, classificação pré-operatória de Frankel, o ano em que foi feita a cirurgia, o tempo de follow-up, se houve ou não complementação com fusão posterior e as complicações. Estas foram subclassificadas em major ou minor.
Resultados
dos 23 pacientes submetidos a acessos transorais, dois foram reabordados, sendo um duas vezes, totalizando 26 procedimentos transorais em nossa série. Destes, quatorze foram feitos via TO, quatro à GLM e seis percutâneos. Os acessos se mostraram adequados para todos os casos. Quando se fazia necessária maior exposição distal, o acesso GLMM era o mais adequado. Nos casos de abordagem mais proximal, incluindo a base do crânio, a velotomia mostrou-se eficaz. Dentre as complicações, observamos quatro casos de insuficiência velopalatina, manifestada principalmente como voz anasalada (relacionada à velotomia); dois casos de durotomia acidental, reparados no mesmo tempo cirúrgico e um caso de extravasamento de polimetilmetaacrilato para a faringe (vertebroplastia percutânea), que precisou de abordagem transoral para a retirada deste. Em um dos pacientes submetidos a GLM, houve infecção cutânea superficial, deiscência faríngea tardia e pseudoartrose.
Conclusões
as vias transorais empregadas foram eficientes na abordagem de cada doença, permitindo boa exposição, com segurança aceitável às estruturas neurovasculares e gerando bons resultados, com poucas complicações, a maior parte facilmente tratável.
Arquivos
Área
Degenerativa cervical
Instituições
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Luis Eduardo Carelli Teixeira da Silva, Fernando Breno de Oliveira Ribeiro, Alderico Girão Campos de Barros, Jackson Daniel Sousa Silva, Felipe Gomes Sousa e Silva, Renato Henrique Tavares