18° Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Dados do Trabalho


Título

Sacrectomia total associada a reconstrução pélvica com autoenxerto vascularizado de fíbula para tratamento de osteossarcoma – Relato de Caso

Introdução

Tumores primários malignos do sacro são raros sendo as neoplasias de alto grau a minoria. O osteossarcoma corresponde a apenas 4% dos casos observados no sacro. A biópsia é fundamental no diagnóstico e tratamento das lesões tumorais ósseas. Quando guiada por TC oferece elevada sensibilidade e especificidade associada à menor morbidade.O tratamento do osteossarcoma evoluiu bastante nos últimos tempos. Sabe-se que em casos de baixo grau, a quimioterapia desenvolve um papel limitado, sendo indicado o cirurgia na maioria dos casos. Nos tipos de alto grau, há uma boa resposta à quimioterapia, assim a cirurgia, quando necessária, é indicada após a sua realização.

Relato de caso

Paciente do sexo masculino,17 anos, com quaixa de dor no joelho e tornozelo esquerdo há 8 meses. Referia perda de 5 Kg nos últimos 4 meses.Ao exame apresentava hipoestesia e força muscular grau IV ao nível de L4, L5 e S1 à esquerda.Exames de imagem (TC e RNM) evidenciaram uma lesão lítica extensa,na região do sacro e ílíaco esquerdo invadindo o retroperitônio,sem comprometimento de estruturas viscerais.
Optou-se pela realização de biópsia guiada por TC,que resultou em sarcoma fusocelular de alto grau.Iniciado QT para sarcomas não RMS, sem resultado significativo.Desta Forma cirurgia foi indicada.A equipe médica foi composta pela cirurgia pediátrica, vascular e ortopedistas especialistas em coluna, tumor e mão/microcirurgia, planejou-se uma cirurgia em 2 tempos . No pré-operatório foi realizado uma prototipagem em 3 D para auxílio do planejamento.
No 1° tempo foi realizada VA,que consistiu em controle vascular e,confecção de colostomia, liberação do tumor no espaço pré-sacral e delimitação da osteotomia na tábua interna do ilíaco. Pela VP foi realizada a exposição do sacro e ligadura dos vasos glúteos.Realizada laminectomia de L5, osteotomia do sacro a nível de S1 e completada a osteotomia do ilíaco esquerdo.O saco dural foi ligado.Foi realizada a ressecção em bloco do tumor e envio da peça para anatomopatológico.O 2º cirúrgico ocorreu após 3 semanas. Por VP, foi realizada instrumentação e artrodese L2-Ilíaco.O enxerto vascularizado de fíbula foi posicionado entre o platô inferior de L5 e o ilíaco esquerdo.No 8 ° dia de pós operatório na UTI, evoluiu com sinais de infecção de FO. Foram realizados 2 procedimentos de limpeza cirúrgica, com instalação de curativo à vácuo por 3 semanas. Após 26 dias da ultima cirurgia, recebeu alta hospitalar.No ambulatório foi resgatado laudo histopatológico indicativo de sarcoma indiferenciado de baixo grau. Desta forma a cirurgia foi curativa, sem necessidade de terapia adjuvante.


Conclusão

Apesar da baixa resposta à terapia neoadjuvante, idade do paciente e a localização do tumor, um bom resultado foi obtido por meio de uma opção terapêutica mais agressiva. A utilização de prototipagem em 3D é algo inovador e de grande valia para o planejamento cirúrgico e a formação de uma equipe multidisciplinar foi fundamental para este caso.

Arquivos

Área

Tumor e Infecção na coluna vertebral

Instituições

UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

Cláudio Antonio Costa Neto, FABIO Antonio Vieira, Igor Pellucci Pinto, Guilherme Henrique Porceban, Renato Hiroshi Salvioni Ueta, Eduardo Barros Puertas