Dados do Trabalho

Título

HÁ ASSOCIAÇÃO ENTRE O TIPO DE MIGRAÇÃO DA HÉRNIA DE DISCO INTERVERTEBRAL LOMBAR, DOR NEUROPÁTICA E TIPO DE TRTATAMENTO?

Objetivo

verificar a correspondência da migração da hernia de disco intervetebral lombar com o grau de dor autorreferida pelos pacientes e o predomínio de cada modalidade de tratamento utilizado (conservador x cirúrgico).

Metodologia

O estudo, de desenho transversal, descritivo de série de casos e unicêntrico, recrutou mediante amostragem não probabilística por julgamento, em que a escolha dos respondentes decorreu da busca por indivíduos que possuem características definidas previamente para a amostra. Foram rastreados prontuários de pacientes adultos (≥ 18 anos de idade) de ambos os sexos, submetidos a tratamento conservador ou cirúrgico para HDIL, no período de 2015 a 2019, atendidos em hospital terciário da cidade de São Paulo, cujo prontuário médico apresentava o diagnóstico HDIL, comprovado por exame de imagem de ressonância magnética (RM) e com seguimento mínimo de 6 meses. O tratamento cirúrgico foi protocolarmente adotado para atender pacientes com falha no tratamento conservador após 6 semanas, dor intratável, déficit neurológico progressivo e síndrome da cauda equina. Pacientes submetidos à infiltração na coluna foram inseridos no grupo conservador.

Resultados

O estudo contou com 84 participantes de ambos os sexos, identificados com diagnóstico de HDIL, sendo 38 do sexo masculino (45,2%) e 46 do sexo feminino (54,8%). A média de idade total foi de 50,6 anos (±10,6). Do conjunto da amostra, 42 foram tratados de forma cirúrgica e 42 de forma conservadora. O nível vertebral mais acometido foi entre L4-L5 (45,2%) e L5-S1 (44%), sendo que as migrações discais mais observadas foram para a zona 2 (23,8%) e zona 3 (23,8%) (Tabela 1).
A pontuação média dos níveis de dor para o grupo tratado cirurgicamente foi de 2,57 pontos (±2,61) e para o grupo conservador foi de 4,6 pontos (±3,05), após pelo menos seis meses do tratamento instituído. A amostra demonstrou diferença estatisticamente significativa referente a esse desfecho (p < 0,05) (Tabela 2).
Em relação à associação entre as zonas de migração da HDIL e o tipo de tratamento utilizado, foi verificado associação estatisticamente significante (p < 0,01), pois as zonas 3 e 4 apresentaram valores maiores do que o esperado para o tratamento cirúrgico, enquanto que as HDIL não migradas ou na zona 2 apresentaram valores observados maiores do que os esperados para o tratamento conservador, com exceção da zona 1 (Tabela 5).

Conclusões

Ambos os grupos de pacientes, tratados cirúrgica ou conservadoramente, apresentaram grau de dor autorreferida leve. Os pacientes tratados conservadoramente se posicionaram na escala mais próximos à dor moderada, enquanto os tratados cirurgicamente, mais distantes. O grupo tratado cirurgicamente apresentou menor intensidade subjetiva de dor em relação ao grupo conservador, com diferença estatisticamente significativa. Não se encontrou diferença estatística na correspondência entre zona de migração da HDIL e a intensidade subjetiva de dor

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