24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Coarctação de Aorta e válvula aórtica bicúspide em uma paciente de 53 anos.

Resumo estruturado

Introdução: A coarctação de aorta consiste em um estreitamento, geralmente da aorta torácica proximal na união da crossa com aorta descendente. É uma malformação congênita muito frequente dentre as cardiopatias em geral, representando de 5% a 8%. A história natural da coarctação da aorta revela que a expectativa da vida para esses pacientes e, em média 32 anos. A morte pode ocorrer por insuficiência cardíaca, endocardite, hemorragia cerebral, ruptura aórtica e outras causas. Importante também é a associação da coarctação da aorta com a valva aórtica bicúspide em até 50% dos casos DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 53 anos de idade, atendida pelo serviço de cirurgia cardíaca no Hospital do Coração do Cariri, com quadro de dispneia aos médios esforços, associada à hipertensão arterial utilizando anti-hipertensivo diariamente. Ao exame físico apresentava pressão arterial: 110/80 mmHg e na ausculta cardíaca: ritmo regular em dois tempos com a presença de sopro sistólico de ejeção audível em todos os focos auscultados, principalmente em foco da base. Os demais dados do exame físico completo apresentavam-se normais. Mediante a realização do ecocardiograma transtorácico pode ser evidenciado um estreitamento aórtico compatível com coarctação (CoAo), valva aórtica bicúspide com estenose importante e insuficiência leve e uma fração de ejeção de 66%. A angioTC da aorta mostra uma quase interrupção da aorta com fluxo por colaterais, dilatação da porção proximal e um deslocamento cranial da extremidade do arco. Dessa forma, os achados de imagem em associação com o quadro clínico foram determinantes para a indicação cirúrgica, onde foi realizado uma toracotomia póstero lateral esquerda seguindo-se de “by-pass” extra anatômico entre subclávia esquerda e aorta descendente utilizando um tubo Dácron n° 18. Após o procedimento, a paciente apresentou boa evolução no pós-operatório. Ademais, outra abordagem cirúrgica foi realizada no 15° dia de pós-operatório, devido ao acometimento valvar, sendo feita uma substituição de valva aórtica, onde foi inserida uma prótese biológica de pericárdio bovino nº 21. A paciente evoluiu de forma satisfatória nos pós cirúrgico, sem intercorrências, recebendo alta hospitalar 21 dias após o primeiro procedimento cirúrgico.
CONCLUSÃO: A apresentação após os 50 anos é incomum, nesta fase, a intervenção cirúrgica, ainda se impõe como um método terapêutico eficaz. Geralmente com baixa morbidade e mortalidade, além de uma redução pressórica a curto e médio prazos, apesar de que frequentemente são necessários outros procedimentos devido às complicações cardiovasculares secundárias à CoAo.

Palavras-chave (de 3 a 5)

coarctação de aorta, cirurgia, cardiopatias

Área

Cirúrgico

Autores

Ramille Gonçalves Oliveira, Francisco Airton Macedo Junior, Francisco Allyson Lopes Xavier, Mairton de lima Neves, Samuel Soares Eduardo , Paulo Marcelo Barbosa Mesquita