24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DISAUTONÔMICA: ARMADILHA DIAGNÓSTICA NO FEOCROMOCITOMA

Resumo estruturado

Introdução: Feocromocitoma (FEO) é uma rara causa de hipertensão secundária. A sintomatologia é variável, sendo a hipertensão arterial (HA) a manifestação clínica mais frequente e os paroxismos, a mais característica. Sua apresentação clínica pode ser confundida com as síndromes disautonômicas (SD). Descrevemos dois casos com suspeita clínica inicial de FEO e presença de massa adrenal. 1º Caso: Mulher, 61anos, HA severa, rubor facial, palpitações, cefaléia, síncopes de repetição há 9 anos. Várias admissões hospitalares. Exames: dosagem de metanefrinas (MNF) urinárias negativa e ecocardiograma transtorácico (ECOTT) normal. Realizou duas RNM de abdômen com resultados discordantes. A primeira sugestiva de FEO ou lesão metastática e a segunda de adenoma cortical. Diante da indefinição e do tamanho da lesão (3,4cm) foi submetida à adrenalectomia direita, com histopatológico de adenoma. Não apresentou melhora dos sintomas após cirurgia. Exame de MAPA com resposta hipertensiva noturna e hipotensão diurna; Tilt Test positivo, 7 testes de Disautonomia alterados e RNM de crânio com alterações nos pedúnculos cerebelares. 2º Caso - Mulher, 46 anos, grande labilidade pressórica, rubor facial, sudorese, cefaléia e síncope há 10 anos. Investigada para FEO: MNF urinárias e plasmáticas negativas com elevação das catecolaminas urinárias, RNM abdômen - nódulo em adrenal esquerda (1,1x 0,6 cm) sugestivo de adenoma. Holter com redução na variabilidade RR e RNM de crânio com alterações de sinal tênue e simétrica dos pedúnculos cerebelares médios e os 3 do total de 7 testes de Disautonomias foram alterados, sendo tratada conservadoramente. Discussão e Conclusão: Estudos de revisão mostram boa acurácia da dosagem de MNF urinárias, mas fazem ressalvas a testes negativos diante de forte suspeita clínica. Entretanto, um resultado negativo em um indivíduo de alto risco ou um resultado positivo em um indivíduo de baixo risco deve ser interpretado com cautela. Os 2 casos mostram Síndromes Disautonômicas de origem central, idiopáticas e de grau severo. O trabalho mostra a importância da realização de investigação para Disautonomia nos casos bioquímicos duvidosos, principalmente na presença de hipotensão ortostática. Imagens de nódulos adrenais não devem definir investigação apenas para hipertensão de origem endócrina.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Feocromocitoma, Disautonomia, Hipertensão refratária

Área

Clínico

Autores

Camila Rabelo Ferreira Gomes, Eduardo Arrais Rocha, Ilana Marques Moreira, Virginia Oliveira Fernandes, Gisele Schinaider da Cunha, Ana Rosa Pinto Quidute