24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR CONGÊNITO:RELATO DE CASO

Resumo estruturado

Introdução: A incapacidade da condução elétrica cardíaca de transmitir impulsos no sentido atrioventricular define o Bloqueio Atrioventricular Total (BAVT). O Bloqueio Atrioventricular Total Congênito (BAVTC) é um quadro raro, com predomínio no sexo feminino, acometendo 1/15.000 até 22.000 crianças nascidas vivas. Relato: A.K.C.D, 5 anos, feminina, foi atendida no ambulatório pediátrico para consulta de rotina. No interrogatório sintomático, a genitora referiu que a criança apresentava discreta cianose perioral aos esforços físicos. Nos antecedentes neonatais, a mãe relatou apresentação de quadro de embolia pulmonar pós parto, sendo investigada colagenose, com LES não confirmado. Exame físico: bradicardia(FC=44bpm), RCR, s/sopros e pulsos periféricos palpáveis e simétricos, demais sistemas sem alterações. A paciente foi encaminhada à cardiologia pediátrica para parecer especializado e realização de exames cardíacos. Ao ECG, apresentou BAV com FC de 46 bpm e ondas T apiculadas (V4 – V6). Não foi evidenciada alteração estrutural ao ECO, porém foi perceptível diâmetros ventriculares limítrofes e insuficiência tricúspide leve/moderada. Após os resultados, foi solicitado seguimento e avaliação para implante de marcapasso epicárdico. Paciente evolui sem sinais de baixo fluxo cerebral e desenvolvimento pondoestatural adequado para idade. Diante disso, foi diagnosticado quadro de BAVTC assintomático e orientado conduta expectante sem indicação para implante de marcapasso, no momento. Sendo efetuados agendamento de consultas semestrais para acompanhamento cardiológico e orientações para sinais de alarme de implantação do marcapasso: situações de limitação à prática de atividade física, crescimento cardíaco ao ECO, atraso do desenvolvimento pondoestatural ou qualquer outro sintoma de baixo fluxo cerebral. Resultados/Discussão: O BAVTC é designado de 3 formas: malformação do sistema de condução, BAVT autoimune ou sua forma idiopática. O BAVTC é caracterizado pela apresentação de bradicardia ao nascer ou em faixa etária precoce, ausência de histórico de difteria ou miocardite, ausência de distúrbios isquêmicos ou miocardiopatias e ausência de cirurgia prévia. O quadro clínico varia desde pacientes assintomáticos até situações de morte súbita, podendo apresentar síncope, intolerância ao exercício ou insuficiência cardíaca. A conduta terapêutica modifica-se de acordo com a idade do paciente. Crianças acima de 1 ano são acompanhadas com testes de intolerância ao exercício e análise clínica, sendo indicadas ao implante de marcapasso quando há limitação para atividade física, crescimento cardíaco ao ECO, baixo crescimento pondoestatural ou sintomas de hipofluxo cerebral. Conclusão: O BAVTC é uma patologia benigna e de bom prognóstico, oportunizando desenvolvimento e crescimento e expectativa de vida de vida normais, sendo a indicação do implante de marcapasso realizada de forma selecionada e variável conforme apresentação clínica e faixa etária.

Palavras-chave (de 3 a 5)

BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR, DOENÇAS CONGÊNITAS, PEDIATRIA, CARDIOLOGIA, MARCAPASSO

Área

Clínico

Autores

Iuri Raniere Rodrigues Soares, Alexia Maria França Aragão, Elysyana Barros Moreira, Maria Eliana Pierre Martins