24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Fração de Ejeção reduzida como fator de prolongamento da internação em pacientes com Insuficiência Cardíaca

Resumo estruturado

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença que, reconhecidamente, evolui com alta morbidade e mortalidade. Pacientes com insuficiência cardíaca, principalmente após uma internação hospitalar, apresentam prognóstico ruim. Os estudos epidemiológicos mostram que, os portadores de IC apresentam redução importante da qualidade de vida e evolução pior que muitos tipos de câncer. As evidências atuais indicam que a insuficiência cardíaca (IC) ocorre em toda a faixa de frações de ejeção (FE) do ventrículo esquerdo (VE), desde pacientes com tamanho normal do VE e FE preservada àqueles com dilatação grave e/ou FE acentuadamente reduzida. A FE nos pacientes com disfunção sistólica de VE está entre os mais fortes preditores de mortalidade, sendo importante para avaliar prognósticos de sobrevida em portadores de IC. Objetivo: Relacionar fração de ejeção reduzida com o maior tempo de internamento. Metodologia: Foram analisados 147 pacientes internados para compensação de IC, no período do dia 1 de abril ao dia 31 de dezembro de 2017 num hospital terciário de referência em doenças cardiovasculares. Os pacientes foram estratificados pelo valor da Fração de Ejeção encontrado no ecocardiograma, respeitando a classificação da Sociedade Americana de Ecocardiografia, onde FEVE ≥ 55% é normal, de 45 a 54% é uma disfunção leve, de 30 a 44% é uma disfunção moderada e <30% é uma disfunção importante. Em seguida, os pacientes foram separados de acordo com seu grau de disfunção e os dados foram pareados com valores de médias de dias de internamento e taxa de mortalidade de cada grupo. Resultados: De acordo com os graus de disfunção, dos 147 pacientes selecionados, 109 (74,15%) possuíam uma fração de ejeção inferior a 55%. Dentro do grupo com alguma disfunção presente (leve, moderada e importante) a prevalência encontrada foi de 10,88%; 31,29% e 31,92%, respectivamente. Porém, ao parear esses dados com a média de dias de internamento, pacientes com disfunção leve tiveram uma média de 9 dias, já os de disfunção moderada passaram em média apenas 5,5 dias internados. A mortalidade também foi avaliada, mas não foram encontrados valores tão discrepantes entre os graus de disfunção, 12,5%; 10,85% e 14,9%. Conclusão: Pacientes com maior estágio de disfunção ventricular possuem menor período de internamento, o que não pode ser justificado pela diferença de mortalidade, visto que as taxas encontradas foram muito semelhantes. Assim, é possível concluir que existem fatores maiores que a disfunção ventricular interferindo no prolongamento do período de internação.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Insuficiência Cardíaca, Fração de Ejeção e Período de Internamento

Área

Clínico

Autores

CRISLAY MARIA PEREIRA FONTENELE, Vanessa Tavares Aragão, Breno Cotrim Reis, Bianca Ratts Freitas Dos Santos, Jhonyson Antônio Oliveira Marques, Leandro Cordeiro Portela, Francisco Abdoral Brito Júnior