24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Bloqueio atrioventricular como fator prognóstico em pacientes com Insuficiência Cardíaca

Resumo estruturado

Introdução: O desenvolvimento de bloqueio atrioventricular (BAV) intra-hospitalar após um infarto agudo do miocárdio (IAM) tem sido associado a uma taxa aumentada de mortalidade em curto e longo prazo, situação que também pode ocorrer em pacientes com insuficiência cardíaca. Pacientes com falha, preexistente ou de surgimento agudo, são particularmente propensos ao desenvolvimento do BAV. O desenvolvimento do BAV tem sido associado a um aumento significativo da probabilidade de taquiarritmias ventriculares e redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) durante o período de hospitalização, sendo um possível fator definidor do prognóstico de pacientes com IC, relacionando-se a uma maior mortalidade. Objetivo: Correlacionar a presença de algum tipo de bloqueio atrioventricular com a mortalidade em pacientes internados com insuficiência cardíaca - IC descompensada. Metodologia: Foram analisados 259 pacientes internados por descompensação de IC, no período do dia 1 de abril de 2017 ao dia 1 de abril de 2018 num hospital terciário de referência em doenças cardiovasculares. O diagnóstico de BAV foi dado perante análise eletrocardiográfica por profissional especializado. Os dados foram coletados através de prontuário de atendimento virtual e físico. Na análise estatística, utilizou-se o programa Epi Info, versão 7.0 for Windows, com aplicação do teste t de Student. Foi considerado a significância de p<0,05. Resultados: Dos 259 pacientes selecionados, 39 (15%) eram de indivíduos com algum tipo de BAV. Destes indivíduos, a maioria era do sexo feminino, tinha acima de 65 anos, não completou o Primeiro Grau e se autodeclarava de etnia parda. A prevalência de cada tipo de bloqueio atrioventricular foi observada na população estudada, com 11 (28,1%) casos de BAV de 1º graus, 6 (15,4%) casos com BAV de 2º grau e 17 (43,6%) casos com BAVT, além de 4 pacientes com bradicardia sinusal também incluídos por possuírem uma baixa frequência cardíaca impedindo o uso de betabloqueadores. O índice de mortalidade dos pacientes com BAV foi de 10,25%, um total de 4 pacientes, enquanto dos pacientes sem essa condição a taxa foi de 7,7%. Mesmo com maior mortalidade, a influência da presença do BAV foi considerada sem significância (p>0,05), porém a pequena amostra não tinha poder para tal comprovação, visto que estudos anteriores de grande porte conseguiram melhores resultados. Conclusão: Percebe-se que a existência de um BAV é um achado considerável nos pacientes com IC e que interfere nas manifestações clínicas e no tratamento farmacológico, com piora do prognóstico. O acompanhamento mais intensificado desses pacientes e a correta intervenção do bloqueio podem trazer melhores resultados para esses pacientes, visto que podem estar sob maior mortalidade devido a essa condução eletrocardiográfica, sendo necessários estudos com maior contingente de indivíduos para melhores resultados.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Insuficiência Cardíaca; Bloqueio atrioventricular; Mortalidade;

Área

Clínico

Autores

Francisco Abdoral Brito Júnior, Crislay Maria Pereira Fontenele, Jhonyson Antônio Oliveira Marques, Breno Cotrim Reis, Vanessa Tavares Aragão, Leandro Carneiro Portela, Bianca Ratts Freitas Santos