24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Crescimento comparativo dos óbitos por infarto agudo do miocárdio de acordo com faixa etária e sexo no Brasil em 2017-2018.

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: O escore de Framingham estima o risco de um indivíduo desenvolver doença arterial coronariana (DAC) nos 10 anos seguintes. Em análise deste, nota-se que até os 44 anos de idade as mulheres recebem pontuação menor que os homens, mas a partir dos 45 anos a pontuação para o sexo feminino torna-se maior quando comparada com o sexo masculino, sugerindo um aumento do risco cardiovascular a partir dessa idade. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo descrever o número de óbitos por infarto agudo do miocárdio no Brasil de abril de 2017 a abril de 2018 nas faixas etárias 0-44 anos e 45 anos ou mais, verificando o aumento percentual do número de óbitos para cada sexo. RESULTADOS/DISCUSSÃO: De abril de 2017 a abril de 2018, houve um total de 12.966 óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) no Brasil, sendo 7.225 óbitos de homens e 5.741 óbitos de mulheres. A região Norte foi a que apresentou menor número de óbitos, 605 (4,6%), e a região Sudeste a que apresentou o maior número, 622.2 (47,9%), seguida pela região Nordeste, 2.868 (22,1%); Sul, 2.373 (18,3%) e Centro-oeste, 898 (6,9%). Na faixa etária de 0-44 anos, houve 447 óbitos, sendo 281 (62,86%) de homens e 166 (59,07%) de mulheres. Já na faixa etária de 45 anos ou mais, houve 12.519 óbitos, sendo 6.944 (55,46%) de homens e 5.575 (44,53%) de mulheres. A partir desses dados, percebe-se que, em números absolutos, mais homens continuam morrendo por IAM independentemente da faixa etária. No entanto, tem-se que o aumento do número de óbitos de homens entre as duas faixas etárias supracitadas foi de 2.471% enquanto que o aumento para o sexo feminino foi de 3.358%. Portanto, o crescimento do número de óbitos é muito mais expressivo para o sexo feminino do que para o masculino, confirmando a pontuação proposta pelo escore de Framingham. Nesse sentido, a perda da proteção do estrógeno sobre o sistema cardiovascular quando a mulher entra em menopausa pode explicar esses dados, pois, sem seus efeitos anti-aterogênicos e antioxidantes, a mulher fica mais propensa a desenvolver DAC, aumentando o risco de IAM. CONCLUSÃO: o aumento absoluto de 166 óbitos para 5575, comparando as duas faixas etárias, configura um aumento percentual de 3.358% para o sexo feminino, ao passo que o aumento absoluto de 281 óbitos para 6.944, configura um aumento percentual de 2.471% para o sexo masculino. Tais dados provam que embora mais homens continuem morrendo por IAM, o risco cardiovascular para as mulheres aumenta bem mais à medida que a idade avança, principalmente após a menopausa. Portanto, o conhecimento de que as mulheres após a menopausa possuem maior risco de desenvolver DAC e, consequentemente, de sofrerem eventos isquêmicos miocárdicos deve ser retomado durante a assistência a tal público afim de investigar-se melhor os fatores de risco cardiovasculares modificáveis e agir, quando possível, na prevenção e, quando já instalada, atuar com intuito de diminuir a morbi-mortalidade.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Infarto do miocárdio, morte, menopausa, escore de Framingham, Brasil.

Área

Clínico

Autores

Luís Eduardo Assis Rizério, Renata Travassos Oliveira Meirelles, Tâmara Caldas Orge, Jamille Carneiro Andrade