24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, ELETROFISIOLÓGICAS E RESULTADOS DA ABLAÇÃO POR RADIOFREQUÊNCIA DE PACIENTES CEARENSES PORTADORES DE VIAS ACESSÓRIAS.

Resumo estruturado

O presente estudo foi proposto para analisar as características clínicas e eletrofisiológicas de vias acessórias atrioventrioventriculares em uma população cearense além da avaliação do resultado da ablação por radiofreqüência realizados em uma unidade hospitalar de Fortaleza. Foram analisados 133 estudos eletrofisiológicos realizados entre outubro/2012 a maio/2018 em 125 pacientes portadores de vias acessórias e que foram encaminhados para ablação por radiofrequência devido aos sintomas e/ou à pré-excitação persistente. Os pacientes foram avaliados de acordo com o sexo (54,4% homens; 46,5% mulheres), a idade na época da ablação (média de 30±1,5 anos incluindo 14 crianças com idade média de 11,5±0,7 anos), o número de vias acessórias por paciente, a localização e as características eletrofisiológicas destas, a associação com outras arritmias, a indutibilidade de arritmias por reentrada atrioventriuclar, o sucesso da ablação bem como as recidivas geral e por localização dos feixes, as vias de acesso e as complicações da intervenção. Sintomas de palpitações taquicárdicas estavam presentes em 92 pacientes (73,6%). Foram evidenciadas 127 vias acessórias sendo que 19 delas (14,3%) eram ocultas. Dois pacientes (1,6%) demonstravam mais de uma via acessória. Quanto à localização das vias, 37,8% localizavam-se na região lateral esquerda, 14% na região posterior esquerda, 23,6% na região póstero-septal, 6,2% na região médio-septal, 6,3% na região ântero-septal, 11% na região lateral direita e 3,9% em localização epicárdica. Um período refratário funcional anterógrado <270ms foi identificado em 39,4% das vias. A condução era exclusivamente anterógrada em 11,2% das vias sendo que sendo que 41,6% delas apresentavam características decrementais e localizavam-se principalmente em região lateral direita (33,3%). A indução de uma taquicardia por reentrada atrioventricular só foi possível em 53,6% dos casos. A associação com outras arritmias foi evidenciada em 12,8% ( taquicardia por Reentrada Nodal em 1,8%; fibrilação Atrial em 11%). Os feixes esquerdos foram acessados por via retro-aórtica (45,9%), por punção transeptal (43,2%), por forame oval patente (4,1%) ou por via epicárdica através do seio coronariano (6,8%). Obtivemos sucesso na ablação em 96,2% dos casos com insucesso imediato em 5,3% principalmente em vias epicárdicas e laterais direitas (85,8%; RR:8,5). As complicações incidiram em 0,75% dos pacientes (trombose venosa profunda). Pode-se concluir que as vias acessórias laterais esquerdas foram as mais prevalentes e a fibrilação atrial foi a arritmia associada mais frequente. A principal causa de insucesso foi a localização epicárdica ou lateral direita das vias acessórias. As taxas de sucesso da ablação por radiofrequência foi semelhante às obtidas em centros de referência.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Vias acessórias, arritmia, ablação

Área

Intervencionista

Autores

RONALDO VASCONCELOS TÁVORA, ARNÓBIO DIAS DA PONTE, IEDA PRATA COSTA, FRANCISCO DAS CHAGAS LIMA MELO, PAULO RENATO FERNANDES MAFALDO