Dados do Trabalho
Título
MIXOMA ATRIAL: RELATO DE CASO
Resumo estruturado
Introdução: Dos tumores cardíacos primários, os mixomas são os mais frequentes (50% a 75% dos casos), tendo a prevalência de 0,0017% a 0,28% das doenças cardíacas. Sua origem mais comum é no átrio esquerdo (75% a 80%), seguido do átrio direito (10% a 20%) e em ambos os átrios (5% a 10%). Os mixomas podem se originar em outras regiões: artéria pulmonar, artéria aorta, ventrículos, valvas cardíacas, bem como em outros órgãos, como os pulmões. Relato de caso: ABO, 52 anos, feminino, branca, portadora de hipertensão arterial sistêmica (HAS) procurou o serviço de saúde ao notar edema de membros superiores e inferiores após colecistectomia. Realizou ecocardiograma e foi encaminhada para unidade de referência em cardiologia, onde realizou ECO transesofágico. A paciente referia dispneia, há 5 meses, aos grandes esforços que evoluiu para dispnéia aos esforços habituais, ortopneia e dispneia paroxística noturna em um período de 3 meses, sem relação com horário, sem fatores de melhora e acompanhada de palpitações. Filha de casamento consanguíneo, primos de primeiro grau. Refere HAS por parte da mãe, falecimento da avó materna (40 anos) por câncer uterino e caso de câncer esofágico do avô paterno, que foi tabagista por 70 anos. Ao exame físico CV, apresentou RCR com BNF e assimetria de pulso radial, sendo o pulso radial direito mais amplo. Ao ECO transesofágico apresentou massa aderida ao SIA, com aspecto sugestivo de mixoma atrial esquerdo, medindo 47x26mm, com mobilidade aumentada projetando-se para o interior do VE durante a diástole. Após um mês, a paciente realizou um ECO em 3D, realizando, alguns dias depois, procedimento para ressecção do tumor. Discussão/Resultados: Os sintomas e achados clínicos são variados e dependem das características do tumor, como a mobilidade, o tamanho, o tipo histológico e a fragilidade, podendo, assim, mimetizar doenças cardíacas e sistêmicas. A clínica dos mixomas pode se apresentar grave com eventos embólicos, obstrução intracardíaca e sintomas constitucionais, apesar de as manifestações desses mixomas serem frequentemente silenciosas. Os mixomas cardíacos costumam ter um pendúnculo fibrovascular ligado à base subendotelial. Por conta do risco de embolização e consequências de obstrução intracavitária, deve-se fazer uma ressecção cirúrgica do tumor como tratamento. Sendo a mortalidade pós-cirúrgica de 0% a 7,5% e a recidiva de aproximadamente 3%, sendo maior percentual associado a mixomas familiares. As arritmias costumam ser outras complicações pós-operatórias. No pós-operatório, o prognóstico varia com a faixa etária do paciente, a condição clínica no pré-operatório, a presença de comorbidades significativas e se há ou ou não a conveniência de procedimentos cirúrgicos associados à excisão do mixoma cardíaco. Conclusão: Os mixomas cardíacos são tumores com prognóstico variável, sem sinais e sintomas específicos, sendo tratado cirurgicamente com a extirpação da massa, podendo apresentar complicações pós-operatórias.
Palavras-chave (de 3 a 5)
MIXOMA ATRIAL, RESSECÇÃO TUMORAL, CARDIOLOGIA, TUMOR CARDÍACO, PÓS-OPERATÓRIO
Área
Cirúrgico
Autores
Iuri Raniere Rodrigues Soares, Alexia Maria França Aragão, Marcelo Cruz Oliveira, Ananias Custódio Arrais Neto, Isaura Elaine Gonçalves Moreira Rocha, Bruna Raysa Campos Portela, Elysyana Barros Moreira