24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Endocardite fúngica por cândida tropicalis em válvula tricúspide: do diagnostico ao tratamento.

Resumo estruturado

Introdução: O perfil epidemiológico da endocardite infecciosa vem se modificando nas últimas décadas, tendo um predomínio crescente por paciente mais idosos do sexo masculino, tendo ainda um aumento de casos relacionados ao uso de drogas ilícitas, degeneração de próteses e soropositivos. O doente em estudo trata-se de uma mulher, jovem submetida a vários procedimentos invasivos com devices de permanência prolongada e de diagnostico tardio.
Comorbidades: Paciente de sexo feminino, 47 anos, hipertensa há mais de 10 anos, doença renal crônica dialítica há 04 anos, acidente vascular cerebral em 2012 sem sequelas tendo realizada neurocirurgia no Hospital Geral.
História da doença atual: Paciente iniciou quadro de dispneia em marco de 2018 que se tornou progressiva e associada a ortopneia / dispneia paroxística noturna. Apresentou perda ponderal de 05 kg com febre e calafrio no momento da hemodiálise. A paciente foi internada no hospital São Jose e diagnosticada com candidemia por cândida tropicalis tendo sido iniciado anidulafungina. Ao longo do internamento realizou ecocardiograma e tomografia de tórax, tendo evidenciado traqueobronquite e imagem sugestiva de endocardite tricúspide, iniciando tazocin.
Ecocardiograma: fração de ejeção 72% com átrio esquerdo levemente aumentado, válvula tricuspide com imagem sugestiva de vegetação em folheto septal com 1.8 cm x 1.1 cm com regurgitação tricuspide importante e falha de coaptação e medida do anel tricúspide de 30 mm.
Técnica cirurgica: Realizada esternotomia mediana com hipotermia moderada, dupla canulação caval com isolamento das cavas com fita cardiaca e cardiomioproteçao com solução cristaloide de Custodiol®. Foi observada uma grande quantidade de vegetação em folheto septal e anel tricúspide extremamente friável e delicado. Foi realizada a ampla ressecção da válvula nativa com lavagem exaustiva da cavidade. Aposição de bioprótese mitral em posição tricuspide de número 29 sem intercorrências. Procedimento cirúrgico realizado em 82 min de extracorpórea e 63 min de anoxia, em ritmo sinusal sem sinais de bloqueio elétrico. Paciente extubada com 36 horas de pos operatório sem intercorrências recebendo alta da UTI no 4- dia de pos operatório imediato.
Ecocardiograma pós operatório: evidenciando válvula biológica em posição tricúspide normofuncionante sem gradientes importantes e sem sinais de obstrução de via de saída de ventrículo direito.
Discussão: Evidenciamos diante do exposto tratar-se de um caso com diagnostico tardio com uso de várias sequencias de antimicrobiano e fora do perfil epidemiológico mais comum. Tendo, portanto, este trabalho o importante papel de frisar queo elevado nível de presunção diagnostica e conduta direcionada para o agente etipatogenico, pode evitar aumento da mobi/mortalidade relacionada a endocardite.

Palavras-chave (de 3 a 5)

ENDOCARDITE TRICUSPIDE, CIRURGIA DE URGENCIA, CANDIDA TROPICALIS

Área

Cirúrgico

Autores

HERALDO GUEDES LOBO FILHO, ANTÔNIO DANIEL LEITE SIMÃO, MARCO AURELIO BARROSO AGUIAR, ANTONIO FELIPE LEITE SIMAO, ANTONIO ALEXANDER LEITE SIMAO, ALESSANDRA UCHOA, ivna lobo camilo aderaldo, FLORA ELIZABETH BELLATRIX DE PITOMBEIRA E NOGUEIRA