Dados do Trabalho
Título
Cardiodesfibrilador subcutâneo: Relato de caso do primeiro implante realizado no Ceará.
Resumo estruturado
Relato de Caso - Paciente masculino, 30 anos, procurou Pronto Atendimento com queixa de dor cervical inespecífica com irradiação para tórax. Realizou ECG demonstrado padrão de Brugada tipo 1 (figura 1). Fazia uso de metoprolol e diltiazem devido a ponte miocárdica diagnosticada há 6 anos. Nega episódios de síncope, respiração agônica noturna ou história de MSC em parentes de primeiro grau. Exame físico sem alterações patológicas. Foi submetido ao estudo eletrofisiológico evidenciando Taquicardia Ventricular Polimórfica seguida por Fibrilação Ventricular. Após o estudo, foi indicado implante de CDI e optado pelo dispositivo subcutâneo. O implante foi realizado em maio de 2018, sem intercorrências (figura 2 e 3).
Discussão: O CDI subcutâneo foi aprovado para uso nos Estados Unidos em 2012 e desde então um número progressivo de implantes vem ocorrendo. O sistema é composto por um gerador de pulsos, implantado em região torácica lateral esquerda com loja submuscular e o eletrodo subcutâneo, que contem na sua extremidade uma mola de choque de 8 centímetros, implantado a partir do gerador por tunelização subcutânea em região paraesternal esquerda (figura 4).
Até o momento, não há diretrizes formais indicando o uso de CDI subcutâneo, no entanto esse dispositivo deve ser considerado em pacientes mais jovens devido a maior longevidade dos eletrodos implantados e de forma a evitar eletrodos transvenosos com longa tempo de implante. Portanto, o sistema pode ser considerado em pacientes com cardiomiotapia hipertrófica, canalopatias hereditárias, cardiopatia congênita, pacientes com alto risco de bacteremia (portadores de cateter de longa duração ou hemodiálise) e acesso vascular ruim ou implante de CDI transvenoso prévio sem sucesso. O dispositivo deve ser evitado naqueles que necessitam de estimulação para bradicardia ou nas taquicardias ventriculares monomórficas.
A eficácia do CDI subcutâneo foi evidenciada em vários estudos com detecção de arritmias ventriculares variando entre 98-100% e a reversão de arritmias induzidas durante o teste de limiar de desfibrilação variando de 95 a 100% com tempo médio de terapia abaixo dos 14 segundos.
Conclusão
O CDI subcutâneo apresenta um avanço importante no tratamento da MSC, visando evitar complicações inerentes ao implante dos eletrodos transvenosos, podendo ser uma alternativa promissora em jovens com arritmia ventriculares, doença congênita pacientes com arritmia ventriculares, doença congênita pacientes com acesso venoso complicado com necessidade de CDI.
Palavras-chave (de 3 a 5)
Cardiodesfibrilador subcutâneo; Síndrome de Brugada
Área
Cirúrgico
Autores
FRANCISCO MARCELO SOBREIRA FILHO, Marcelo de Paula Martins Monteiro, Francisca Tatiana Moreira Pereira, Eduardo Arrais Rocha