24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Pericardite Constrictiva Crônica

Resumo estruturado

A pericardite constritiva crônica (PCC) é decorrente do espessamento do pericárdio, com restrição do enchimento diastólico do coração e evolução para a diminuição do débito cardíaco. Geralmente, a causa é desconhecida, embora possa ser subsequente a qualquer doença que provoque pericardite aguda. A prevalência ainda é pouco estimada, um estudo prospectivo verificou que 1,8% de 500 pacientes desenvolveu essa entidade cerca de 6 anos após um episódio de pericardite aguda. A PCC se apresenta principalmente com fibrose e calcificação, sendo as principais etiologias tuberculose, doenças autoimunes, neoplasias, pós radioterapia e, raramente, idiopática. A apresentação clínica da PCC é dominada por sinais e sintomas de insuficiência cardíaca direita. O estádio inicial é caracterizado por edemas periféricos, desconforto abdominal e algum grau de congestão hepática. Com a progressão da doença surge ascite, anasarca e icterícia. Sinais e sintomas de elevação da pressão venosa pulmonar como dispneia, tosse e ortopneia também podem surgir, assim como FA e insuficiência tricúspide. Num estádio ainda mais avançado poderá coexistir cansaço e caquexia por baixo débito cardíaco. O presente trabalho pretende relatar o caso de uma paciente com PCC Calcificada Idiopática. M.S.S, sexo feminino, 54 anos, natural de Morada Nova e procedente de Fortaleza, casada, católica, foi admitida por apresentar ortopneia, dispneia paroxística noturna, e dispneia ao repouso nos últimos dias, com alívio ao sentar-se, associado a plenitude gástrica e tosse seca. Refere início de dispneia aos pequenos esforços há 4 meses piorando nos últimos 2 meses, após episódio de infecção pelo vírus chikungunya, associado a edema de membros inferiores e aumento de volume abdominal. Negou febre e outros sintomas. Paciente possuía diagnósticos de comunicação interatrial (CIA) desde os 44 anos de idade e de hipertensão arterial sistêmica, sem outras comorbidades, sem uso de álcool ou de tabaco. A história familiar da paciente chamava atenção para quatro irmãos com cardiopatia congênita que não soube especificar. Ao exame físico apresentava turgência jugular importante, mesmo sentada, ritmo cardíaco irregular, com bulhas hipofonéticas, com B2 hiperfonética, e sopro sistólico em foco pulmonar, além de abdome volumoso e distendido, ascético, com piparote positivo, sem sinais de irritação peritoneal, massas ou visceromegalias. A conduta terapêutica inicial foi administração de furosemida endovenosa, a fim de manejar a insuficiência cardíaca descompensada da paciente. Os exames iniciais solicitados para a paciente foram eletrocardiograma (ECG), raio x de tórax nas incidências póstero-anterior e perfil, ecocardiografia transtorácica (ECO TT), além do parecer da cirurgia cardíaca. Dentre as alterações, podemos citar a baixa voltagem em todas as derivações do ECG e o flutter atrial 4:1; a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo pelo fluxo mitral, a CIA e o sugestivo espessamento pericárdico, sem derrame

Palavras-chave (de 3 a 5)

Pericardite Constrictiva, Insuficiência Cardíaca Restritiva,Comunicação interatrial

Área

Imagem Cardiovascular

Autores

José Mozart Ribeiro Neto, Andrezza Menezes Queiroga, Camila Rodrigues Nepomuceno, Tiago Lima Arnaud, Mariana Rocha Maia, Jullie De Queiroga Santana, Gisele Sampaio Saraiva, Gabriela Macedo Egidio Cavalcante, Andrea Calyane Neves Ferreira De Melo