Dados do Trabalho

Título

Análise contextualizada do impacto da Embolia Pulmonar para o Sistema Único de Saúde, no Nordeste e no Ceará, do ano 2008 a 2015

Resumo estruturado

Introdução: A Embolia Pulmonar (EP) é uma afecção que ocorre como complicação de um trombo pré-formado no sistema venoso profundo que, após desprender-se, causará obstrução de vias arteriais pulmonares. A EP é a terceira doença cardiovascular aguda mais comum, acometendo cerca de 0,1% das pessoas por ano, apresentando sinais e sintomas inespecíficos, o que dificulta diagnóstico precoce. Sua investigação inicial baseia-se na presença de fatores de risco, como: idade maior que 40 anos, insuficiência cardíaca, síndrome metabólica, trauma cirúrgico e imobilização prolongada, prevalente em pacientes internados. O objetivo do presente estudo é avaliar o impacto da EP no serviço público de saúde do Nordeste e do Ceará, nos anos de 2008 a 2015, através de análise da plataforma Datasus, com identificação de óbitos, tempo de internação e gastos financeiros. Resultados/Discussão: Após análise, observou-se que a região NE tem o segundo maior número de internações por EP do Brasil, sendo um total de 3034, correspondentes a 15% do total de internações do país, após a região Sudeste onde correspondem a 57%. Destas internações do NE, 572 são no Ceará. Somando-se a isso, ocorreram 860 óbitos por EP na mesma região, neste período, inferindo-se que mais de 30% dos pacientes que internam no Nordeste vão a óbito, o que demonstra a letalidade da doença, sendo o estado do Ceará o terceiro lugar em óbitos no Nordeste. Além disso, a progressão de óbitos excede a progressão de internações, pois o número de mortes aumentou aproximadamente 100% em relação a 2008, enquanto as internações tiveram aumento de 38% no mesmo período. Logo, faz-se necessário melhorar a qualidade da cobertura da doença, com prevenção de fatores de risco, identificação precoce, manejo qualificado das doenças e de seus agravos, para prevenir o óbito. Ademais, as regiões SE e NE apresentam os maiores gastos com EP do Brasil, com valores do Nordeste progredindo de 200 mil em 2008 para 700 mil reais em 2015, sendo o Ceará o terceiro maior contribuinte para os gastos com EP do Nordeste. Sabe-se que os gastos explicam-se, em parte, devido ao uso mais disseminado da angiotomografia computadorizada como método diagnóstico. Como limitações do estudo, tem-se que os dados podem estar subestimados devido à dificuldade de diagnóstico clínico e preenchimento da plataforma em todas as regiões do Brasil. Conclusão: O aumento progressivo no impacto da doença demonstrado pelo crescente número de internações, óbitos e gastos com EP reflete a prevalência ainda elevada e a alta letalidade da doença no Nordeste e no Ceará, sendo necessário buscar melhor controle dos fatores de risco modificáveis, bem como investimento na atenção básica para melhor controle e redução da incidência da doença.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Embolia Pulmonar Impacto SUS