24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Análise contextualizada do perfil epidemiológico do Infarto Agudo do Miocárdio no Brasil de 2008 a 2015

Resumo estruturado

Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma afecção que ocorre devido à isquemia do músculo cardíaco decorrente de uma obstrução coronariana total, gerando sintomas característicos que muitas vezes facilitam a suspeita clínica precoce, vindo a ser confirmada com exames laboratoriais posteriores. Essa doença é bastante frequente, figurando como a segunda causa de morte no Brasil no ano de 2015. A alta prevalência do IAM decorre dos vários fatores de riscos que predispõem à formação de placas ateroscleróticas nas paredes coronarianas, como: síndrome metabólica, tabagismo, sedentarismo, história familiar e estresse crônico. Diante da alta prevalência desta doença no Brasil, busca-se avaliar, por meio da plataforma Datasus, seu impacto no serviço público de saúde do Ceará nos anos de 2008 à 2015, em relação à óbitos, tempo de internação e gastos financeiros. Resultados/Discussão: A análise demonstrou que o valor gasto referente aos pacientes da rede pública portadores de IAM, de 2008 a 2015, no Brasil, foi de 636.630.148,74 reais. Ademais, as regiões com maior e menor gastos são a Sudeste e Centro-Oeste, respectivamente. Percebe-se que a região SE está sempre com os maiores índices de internações e gastos, devido a, principalmente, ser o território de maior população e exposição aos fatores de risco, como o estresse crônico. Em contraponto, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam menores gastos e internações, o que condiz com o fato de serem regiões com populações menores. Nas regiões Norte e Nordeste, a proporção do gasto foi superior ao de internações, enquanto nas demais regiões do País seguiram um padrão relativamente proporcional. Tal dado levanta a hipótese de uma falha na administração financeira no que se refere à abordagem do IAM nesses territórios. No âmbito nordestino, o Estado do Ceará é responsável por cerca de 25% do gasto total. Além disso, acompanha proporcionalmente o aumento no número de internações na região NE. Quanto aos óbitos, observa-se que os números se mantiveram constantes desde 2011, o que sugere uma adequada abordagem à doença no contexto atual, em virtude do Brasil ainda ser um país com crescimento populacional ascendente. Além disso, embora o número de internações esteja aumentando, a abordagem terapêutica aparenta estar sendo efetiva, corroborando para que os óbitos não aumentem. Conclusão: O IAM é uma doença multifatorial. A falha na prevenção dos fatores de risco pode justificar o maior aumento dos gastos em relação às internações nas regiões Norte e NE, sendo necessário haver melhor controle destes fatores de risco na população através de aperfeiçoamento da atenção primária. Vale ressaltar que o número de óbitos, apesar do aumento das internações, tem-se mantido constante, o que revela boa eficácia nas medidas hospitalares em relação ao IAM.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Epidemiologia Infarto Agudo Miocardio Brasil

Área

Clínico

Autores

Ana Lorena Maia Moura, Ana Beatriz Feijó de Andrade, Maria Stella Sales Valente, Daniele Ferreira de Freitas, Antônio Victor Gouveia Azevedo dos Santos, Bianca Fernandes Távora Arruda, Felipe Klezevski Pimentel, Igor Pinho Saraiva, Acrísio Sales Valente