24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA A FEOCROMOCITOMA: UM RELATO DE CASO.

Resumo estruturado

Introdução: A hipertensão arterial (HA) é uma patologia bastante prevalente no Brasil, atingindo até 60% dos pacientes acima de 65 anos. Possui causas primária e secundárias, sendo fundamental o amplo conhecimento sobre o tema, para que a consumação de um diagnóstico preciso. Dentre as causas de HA secundária, temos as doenças neuroendócrinas, sendo o feocromocitoma um diagnóstico diferencial importante.É uma condição rara, ocorrendo em 1 ou 2 a cada 100.000 indivíduos. Relata-se, portanto, um caso clínico de HA secundária a feocromocitoma. Relato de caso: Paciente, feminino, 38 anos, procedente de Sobral-CE, doméstica. Procurou o Centro de Saúde da Família com queixa de intensa cefaleia e dispneia há 2 horas. Refere recorrência há mais de 3 anos, com início súbito, duração de segundos e até 3 vezes ao dia, associado à sudorese. Refere melhora com repouso e uso de Atenolol. Hipertensa há 5 anos, de difícil controle, nega outras comorbidades. Uso irregular de Atenolol e fitoterápicos. Mãe diabética, pai hipertenso e irmão mais velho com história de infarto prévio. Relata etilismo e nega tabagismo. Ao exame físico, regular estado geral, acianótica, anictérica e afebril, sudoréica e sem edemas, ausculta cardiopulmonar normal, PA 190x110 mmHg, FC 119 bpm, FR 26 irpm e abdome inocente. Foi transferida para o Hospital, tendo controle pressórico bem sucedido e permanecendo em observação. Apresentou recorrência, sendo a maior PA registrada de 200x110 mmHg. Iniciou-se investigação de HA secundária. Os exames séricos, RX de tórax e ECG normais. Ecocardiograma evidenciando discreta hipocinesia difusa. USG do abdome com imagem nodular hipoecóica junto ao pólo superior do rim direito, confirmada pela TC. Na urina de 24 horas: adrenalina 14,20 (VN<20,0), noradrenalina 19,46 (VN<9,0), metanefrinas 716,58 (VN 20-345) e normetanefrina 1054,26 (VN 30-440). Com diagnóstico de feocromocitoma, foi submetida à adrenectomia direita, sem intercorrência. Evoluiu bem e foi solicitada interconsulta para avaliar comprometimento de órgãos alvos. O laudo histopatológico foi de feocromocitoma de 2,5 cm, encapsulado e sem invasão vascular. Discussão: O feocromocitoma é uma neoplasia originária nas células cromafins da medula adrenal. Ocorre a síntese excessiva de catecolaminas, aumentando a contração da musculatura lisa dos vasos, alterando a velocidade de condução e o débito cardíaco. A sintomatologia inicial é a elevação dos níveis pressóricos com a tríade clássica: cefaleia, palpitações e sudorese. Deve ser uma hipótese diagnóstica em pacientes jovens, com HA refratária a farmacoterapia. A remoção cirúrgica do tumor é curativa. Conclusão: A importância do reconhecimento precoce desta patologia se fortalece por ser uma etiologia curável de HA e por evitar sequelas, como lesões de órgão alvo.

Palavras-chave (de 3 a 5)

feocromocitoma; hipertensão arterial secundária; catecolaminas

Área

Clínico

Autores

Francisco Tomaz da Costa Filho, Giselle Furtado Silva, Antonio Henrique Barroso do Vale Filho, Dandara Vasconcelos Bevilaqua, José Antonio de Lima Neto, Mamede Francisco Johnson de Aquino Filho, Kamilla Kercia Furtado da Costa, Lucas Lima Ellery, Suyane Gomes Leite