24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Análise da mortalidade brasileira por tromboembolismo pulmonar durante 10 anos

Resumo estruturado

Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma patologia bastante frequente, sendo a terceira causa mais comum de doença vascular aguda. Mesmo com o avanço dos métodos diagnósticos e terapêuticos, ainda apresenta significativa mortalidade (entre 7-11%), representando um problema de saúde pública. Dessa forma, a avaliação epidemiológica dessa patologia torna-se importante, tanto para direcionar a atenção dos profissionais para essa doença, aumentando sua suspeição, como para auxiliar a traçar o perfil epidemiológico do TEP. O trabalho objetivou avaliar os índices de mortalidade por tromboembolismo pulmonar no Brasil, no período de 2007 a 2017, e suas particularidades em relação a idade, sexo e regiões. Resultados: Estudo descritivo e transversal, baseado na análise estatística de informações de saúde disponíveis no DATASUS, associada à revisão de literatura, e utilizando as seguintes variáveis: ano do internamento, taxa de mortalidade, sexo, faixa etária e região. O número total de óbitos no período analisado foi de 11.606, com uma taxa de mortalidade aproximada de 22,9. A maior incidência identificada ocorreu em 2008, registrando uma taxa de mortalidade de 26,25. Em relação às regiões, o maior número de óbitos foi na Região Norte, com a taxa total de 27,82. Já a região Sul apresentou a menor mortalidade, registrando um total de 20,86. O TEP, nesse período, ocorreu mais frequentemente em mulheres e na faixa etária de 65 a 74 anos, sobretudo na região Sudeste do país, no ano de 2015. Discussão: O TEP é uma afecção comum na prática clínica do médico cardiologista. Os estudos epidemiológicos brasileiros de TEP demonstram uma prevalência que varia de 3,9% a 16,6%, contudo sabe-se que esses dados são subestimados devido à dificuldade do diagnóstico da doença (White R, 2009). Essa prevalência é semelhante aos dados obtidos nos Estado Unidos, onde essa taxa varia de 3,4% a 14,8%. Devido ao envelhecimento populacional, existe uma tendência de que aumente, de forma exponencial, o número de casos de TEP, já que, com o avançar da idade, os fatores de risco como imobilidade, hospitalizações prolongadas, doenças cardiovasculares e cânceres tornam-se mais frequentes. Esses, segundo um estudo feito em 1998 por Silverstein M., representam fatores multiplicadores em relação ao aumento do risco de TEP. Já em relação aos dados obtidos com o trabalho, é possível perceber que esses corroboram com estudos epidemiológicos sobre a doença, contudo não há consenso em relação a maior prevalência de TEP entre as mulheres. Conclusão: A importância do TEP no contexto da prática cardiológica é evidente, pois, além de bastante prevalente, a patologia possui elevada morbimortalidade. Nesse contexto, é fundamental que os cardiologistas, especialmente os que atuam em emergências, estejam atentos ao perfil epidemiológico dessa doença, intensificando sua suspeição e possibilitando um diagnóstico precoce, o que pode significar um melhor prognóstico para os pacientes acometidos.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Tromboembolismo pulmonar; Doença vascular; Emergência cardiopulmonar

Área

Clínico

Autores

Rebeca Félix Jacob, Lucas Eliel Beserra Moura, Lívia Leal Chagas Parente, Lucas de Vasconcellos Fonteles Teixeira, Matheus Arrais Alves, Ênio Simas Macedo, Frederico Carlos de Sousa Arnaud, Filadelfo Rodrigues Filho