Dados do Trabalho
Título
DESAFIO DIAGNÓSTICO DO TROMBOEMBOLISMO PULMONAR EM PACIENTE COM MÚLTIPLAS COMORBIDADES
Resumo estruturado
Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) constitui a terceira das mais comuns doenças cardiovasculares agudas, sendo consequência da obstrução direta da artéria pulmonar ou de um de seus ramos, por um trombo formado no sistema venoso profundo e deslocado, resultando em um quadro clínico de dispneia, tosse, síncope, dor torácica do tipo pleurítica, hipotensão sustentada, ou não manifestando sintomas. É imprescindível destacar-se a importância do diagnóstico imediato dessa patologia visando a instituição do tratamento precoce e minimizando as chances de sequelas subsequentes. Relato de Caso: Paciente masculino, 68 anos, apresentava queixa de dispneia há oito dias, que, após seis horas de viagem de ônibus, progrediu de médio para pequenos esforços, associada a ortopneia e tosse com expectoração hialina. HPPP: Hipertenso, ex-tabagista e etilista há 40 anos. Ao exame físico: extremidades frias e pulsos finos e simétricos, FC= 80bpm, FR de 28 irpm, PA= 80x60 mmHg, MVU com crepitações até terço médio do pulmão E e base do pulmão D. Exames complementares: troponina T ultrasensível 0,157; CKMB massa 7,07 e glicemia 108, pró-BNP: 14855. Critérios de Wells anunciando risco intermediário, realizada angioTC que evidenciou presença de trombos endoluminais em ramos principais das artérias pulmonares, vasos segmentares e subsegmentares bilateralmente. Foram realizados ECOs durante a internação do paciente, em 21/1017 havia FE: 41%, aumento moderado de VD e de AD, câmaras esquerdas normais, SIV abaulado para o VE, PSAP 60 mmHg e veia cava inferior túrgida e, em 06/11/17, dilatação de VD, FEVE 54%, disfunção diastólica tipo I e PMAP estimada de 39 mmHg. US Doppler mostrou sinais de trombose de aspecto subagudo em MID no ramo profundo superficial direito da veia poplítea e solear medial. Iniciada anticoagulação plena com Rivaroxabana evoluindo com resolução. Implante de filtro de veia cava inferior realizado em 10/11/17. Discussão: Todo paciente com suspeita clínica de TEP deve ser estratificado quanto à probabilidade clínica da doença, utilizando-se o escore de Wells. O ECG é útil para afastar diagnósticos diferenciais da doença, podendo apontar alguns padrões específicos, como S1Q3T3. A angioTC é fundamental para confirmação diagnóstica. O ECO é o estratificador de risco, sendo os achados de disfunção ou sobrecarga do VD indicativos de pior prognóstico. Ademais, o tratamento do TEP deve ser instituído, inicialmente, com medidas gerais de suporte, administração de heparina endovenosa com dose de ataque, seguida de manutenção por infusão contínua, associada ou não a trombolíticos que proporcionam resolução rápida da obstrução embólica. Embolectomia cirúrgica é utilizada em situações de emergência para aliviar a obstrução pulmonar aguda. Conclusão: Percebe-se que o TEP é um desafio diagnóstico na prática médica, necessitando-se de avaliação pormenorizada de cada paciente para diagnóstico precoce, evitando-se complicações e visando a um melhor desfecho clínico.
Palavras-chave (de 3 a 5)
Tromboembolismo Pulmonar Relato de Caso
Área
Clínico
Autores
Carlos José Mota Lima, Isadora Memória Aguiar Ferreira, Gabriel Avelino Araújo, Marina Veras Coelho Aguiar, Maria Isabel Pinheiro Nogueira, Caique Cavalcante Oliveira, Lucas Neves Solon Petrola, Talita Mendes Bezerra Ximenes, Sabrina Maria Lima Bezerra