Dados do Trabalho
Título
Sistematização do uso de enxertos arteriais na revascularização do miocárdio – Experiência de um serviço no interior do Ceará
Resumo estruturado
INTRODUÇÃO: O uso da artéria torácica interna esquerda (ATIE) para revascularizar a coronária descendente anterior já está associado a resultados bem superiores ao uso da veia safena em sobrevida, qualidade de vida, baixa incidência de ventos cardíacos. A adição da artéria torácica interna direita (ATID) em associação à ATIE tem apresentado resultados ainda melhores em sobrevida e aparece como melhor opção quando se necessita de mais de um enxerto. A artéria radial (AR) também tem sido usada como segunda ou terceira opção de enxerto, a fim de ampliar o uso de enxertos arteriais. DISCUSSÃO: Trata-se de um estudo observacional, analítico, descritivo e retrospectivo. Consiste na coleta de dados através de prontuários de pacientes submetidos à revascularização do miocárdio, no período de janeiro de 2013 a outubro de 2017 no serviço de referência em cirurgia cardíaca no interior do estado do Ceará. Os enxertos arteriais utilizados foram a ATIE, ATID, AR, que foram usados nas seguintes configurações: de forma livre in situ, composta em “Y” ou em “I”, e ainda de forma sequencial. Nos 388 pacientes submetidos à cirurgia de RM nesse período, 962 coronárias foram revascularizadas, utilizando-se ATIE em 100% dos casos, a ATID em 40,5% (157) e a artéria radial em 12,1% (47). Considerando-se apenas as cirurgias com dois ou mais vasos revascularizados, foram contabilizados 318 pacientes, 892 anastomoses, média de 2,8 coronárias por cirurgia. Em 41,2% (131) das cirurgias, foi utilizado exclusivamente enxerto arterial. A configuração de enxerto composto em "Y" foi utilizada em 30,2%, o composto em "I" em 27,7% e o sequencial em 25,5%. Com exceção da descendente anterior, a artéria que mais recebeu enxertos arteriais foi a marginal da circunflexa (42,1%), seguida pela diagonal (31,7%) e pela coronária direita (13,8%). Há uma tendência no uso mais amplo de enxertos arteriais em homens, e nos pacientes mais jovens. Dos pacientes que receberam dupla ATI, 32,4% eram diabéticos. O índice de cirurgia sem circulação extracorpórea foi de 55,9%. E a taxa de óbitos foi de 1,54%. CONCLUSÃO: O uso das artérias torácicas internas bilaterais e da artéria radial, seja nas formas sequencial, composta em “Y” ou em “I”, ou mesmo in situ; combinando ou não os designes, é uma importante estratégia. Esses artifícios podem e devem ser utilizados de modo a aumentar o arsenal para revascularizar as coronárias com enxertos arteriais. O uso de múltiplos enxertos arteriais na cirurgia de revascularização do miocárdio é factível tecnicamente, e tem bons resultados.
Palavras-chave (de 3 a 5)
Cardiac Surgical Procedures; Internal Mammary Coronary Artery Anastomosis; Myocardial Revascularization.
Área
Clínico
Autores
Sâmia Israele Braz do Nascimento, Mayara Teixeira Maciel, Francisco Airton Macedo Junior, Francisco Alysson Lopes Xavier, Guilherme Gomes Leal, Laíza Santos Leite Ribeiro, Andreza Sérvula Pereira da Silva, Paulo Marcelo Barbosa Mesquita, Samuel Soares Eduardo