24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Vantagens Farmacodinâmicas da Fisalina B como novo Cardiotônico

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: Atualmente, a insuficiência cardíaca é uma das desordens do sistema cardiovascular que mais tem afetado pessoas em todo o mundo, se tornando um problema global de saúde pública. Entretanto, ainda existem poucos fármacos que realmente exerçam benefícios sem trazer efeitos colaterais a longo prazo para os pacientes, aumentando os casos de reinternações hospitalares. Realizou-se, então, um estudo pré-clinico em cobaios para caracterização farmacológica das fisalinas no sistema cardiovascular. Este estudo pode ser a base para o desenvolvimento de um fármaco com utilidade terapêutica para pacientes com insuficiência miocárdica. OBJETIVO: Caracterizar farmacodinamicamente o potencial cardiotônico da Fisalina B comparando à esteróides digitálicos, principalmente com relação aos efeitos inotrópico, cronotrópico, lusitrópico e tonotrópico. MÉTODOS: O presente estudo é de natureza experimental. Um esteróide vegetal da classe dos vitanolídeos, a Fisalina B, isolado da planta da família Solanacea, foi avaliado in vivo e in vitro, em cobaio, também conhecido como “porquinho da índia” (Cavia porcella). Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética para Uso de Animais da Universidade Estadual do Ceará (UECE) sob o número 08627944-0, atendendo as normas de cuidados com animais. Curvas de concentração-resposta foram testadas tanto em batimentos espontâneos de átrio direito isolado quanto em átrio esquerdo estimulado eletricamente (supramáxima, 10 ms e 0,1Hz). Os efeitos de Fisalina B no átrio foram avaliados na presença ou ausência de propranolol (1 μM), verapamil (0,1 μM), estaurosporina (0,1 μM) e em condições de acidose ou acidose+ Verapamil (0,1 μM). Foram avaliados parâmetros como pressão intraventricular máxima, trabalho sistólico, dP/dt máxima, dP/dT mínima, débito cardíaco, fração de ejeção, tau e frequência cardíaca. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A fisalina B aumentou a tensão em átrio esquerdo em 312 ± 98 %, sem induzir alterações no ritmo, frequência ou tensão diastólica basal. Este efeito inotrópico positivo não foi afetado por propranolol, estaurosporina ou verapamil. Porém, houve 92% de inibição do efeito inotrópico positivo em átrios previamente incubados com um inibidor de PKA. Fisalina B (10 μM) evocou uma contração máxima de 53% em relação pCa 4,8( 0,25 μM Ca2+) em fibra permeabilizada. O composto não afetou o deslocamento da curva de carregamento e cálcio nem a sensibilidade dos miofilamentos ao Ca2+.O aumento de tensão promovido por Fisalina B não foi bloqueado por xestospogina C (3μM) ou herbimicina A (1μM), ao passo que foi bloqueado por rutênio vermelho (30μM). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Fisalina B comparada a digoxina, apresenta vantagens farmacodinâmicas como não induzir arritmias, não tem efeito tonotrópico positivo e nem efeito lusitrópico negativo. O efeito de Fisalina B parece ser dependente de um aumento de fosforilação em RYR2 através da ativação de PKA de maneira independente dos níveis de AMPc.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Fisalina B. Proteína Quinase A. Receptor de Rianodina.

Área

Clínico

Autores

NATALIA STEFANI DE ASSUNÇÃO FERREIRA, VICTOR MARTINS GOMES, LUCIANA SIQUEIRA AMORIM, MANASSES CLAUDINO FONTELES, CLAUDIA FERREIRA SANTOS, OTILIA DEUSDENIA LOIOLA PESSOA, NILBERTO ROBSON FALCAO NASCIMENTO