24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Qual o fator de risco está mais correlacionado com advento de Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono no estudo do sono no domicílio?

Resumo estruturado

FUNDAMENTAÇÃO- Chama-se de apneia obstrutiva do sono a síndrome onde ocorre colapso faríngeo recorrente durante o sono. Este pode ser causado por alterações anatômicas ou funcionais como obesidade e deslocamento de estruturas maxilo-faciais1 (Destors et al. Pathophysiology of obstructive sleep apnea syndrome and its cardiometabolic consequences. PresseMed.2017 Apr;46(4):395-403). MATERIAL E MÉTODO- Entre abril de 2015 e abril de 2018 realizamos 427 exames do sono no domicílio para o diagnóstico de SAOS, sendo 374 exames com resultado compatível com SAOS e 53 exames normais. Determinamos as seguintes variáveis dos pacientes submetidos a este exame: sexo, idade, índice de massa corpórea (IMC), diagnóstico de hipertensão arterial (HAS), diabete (DM), dislipidemia, doença coronariana (DAC), arritmia, doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), insuficiência cardíaca (IC) e doenças pulmonares. Fizemos a correlação dos diagnósticos clínicos com o diagnóstico do exame do sono. Análise estatística- Variáveis numéricas foram apresentadas em média e desvio-padrão. Nas categóricas os dados foram expostos em frequência e taxa de prevalência de modo a investigar associações entre fatores de risco e doença e a presença da SAOS. Na análise das características dos grupos foi utilizado teste U de Mann-Whitney, visto a não aderência dos dados à distribuição gaussiana. Na investigação de associação entre as variáveis utilizou-se teste de qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher para variáveis categóricas. Análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22.0 (USA) e software R 3.3.1. Modelo de regressão logística multivariada foi construído para avaliar o comportamento das variáveis em estudo e a presença ou não de alteração no PSG. Adotou-se nível de significância de 5%. RESULTADOS- A maioria dos pacientes com diagnóstico de SAOS era do sexo masculino, porém sem diferença estatisticamente significativa. Encontramos relação com a presença de SAOS para HAS, DM, dislipidemia, idade e IMC. Estimativa de risco da relação de HAS com SAOS foi de 2,195 , DM com SAOS de 11,14, dislipidemia com SAOS de 2,044, e IMC com SAOS de até 5,71. Observamos relação da categoria de IMC (peso normal, sobrepeso e obesidade) com SAOS. Não houve correlação com presença de SAOS para DAC, arritmia, DAOP, IC e doença pulmonar. Sobre os 53 pacientes portadores de DAC submetidos ao exame do sono, 49 destes já haviam sido revascularizados quer por via cirúrgica quer por implante de stent. Quando fizemos uma regressão logística multivariada para a relação de SAOS com HAS, DM, dislipidemia, idade e IMC, a relação só permaneceu para idade e para IMC, incluindo suas categorias. CONCLUSÕES- 1) Em análise univariada, houve relação com a presença de SAOS para HAS, DM, dislipidemia, idade, dislipidemia, idade e índice de massa corpórea. 2) Em análise multivariada, esta relação só permaneceu para idade e IMC.

Palavras-chave (de 3 a 5)

SAOS Apneia Sono Fator de Risco

Área

Clínico

Autores

Tharcisio Pereira Brito, Ricardo Pereira Silva, Antônio Cavalcanti de Barros Wanderley Neto, João Cateb Melo, Renata Botelho Frota