Dados do Trabalho
Título
Análise dos últimos quatro anos das internações por malformações congênitas do aparelho circulatório em menores de um ano em um hospital de Fortaleza.
Resumo estruturado
Malformações congênitas compreendem as anomalias que ocorrem durante a embriogênese. No Brasil, estima-se uma prevalência de 2 casos para cada 100 nascidos vivos. Diversos são os órgãos nos quais esses defeitos podem acontecer, sendo os mais conhecidos relacionados ao aparelho circulatório. Nesse sentido, as malformações congênitas do aparelho circulatório (MAC) podem ser dividas de acordo com o local onde ocorrem no coração e com o tipo de defeito estabelecido. O objetivo deste estudo foi realizar uma análise epidemiológica das internações relacionados a MAC em menores de um ano, atendidos de abril de 2014 a abril de 2018 em um hospital de referência em pediatria de Fortaleza. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com dados obtidos por consulta ao Sistema de Internações Hospitalares e DATASUS. No período analisado, 338 crianças foram hospitalizadas na unidade de referência por MAC. Em 2014 ocorreram 58 internações com o pico de incidência em agosto, com 10 internações. Em 2015 foram 88 internações, com 11 internações em setembro. Em 2016 ocorreram 93 internações, com o pico em outubro, tendo 11 crianças internadas. Em 2017 foram 77 crianças internadas, tendo os meses de junho e dezembro os maiores números de internamentos, 10 cada. Até abril de 2018 foram 22 crianças internadas, tendo janeiro o mês com maior número de internações (11). Sobre o número total de óbitos, ocorreram no período 50 óbitos por MAC, sendo 6 registrados em 2014, 10 registrados em 2015, 18 em 2016, 15 em 2017 e apenas 1 em 2018. Analisando o perfil de internações por sexo, ocorreram 203 internações hospitalares na população masculina. Em 2014 foram 30 meninos internados, em 2015 foram 53, em 2016 foram 59, em 2017 foram 52 e em 2018, até abril, foram 9 meninos internados. Quanto aos óbitos, no período, 26 foram registrados na população masculina menor de um ano, tendo sido 3 em 2014, 4 em 2015, 7 em 2016 e 12 em 2017. Até o momento não foram registrados óbitos no ano de 2018. Na população feminina ocorreram 25 óbitos no período. Em 2014 foram registrados 4 óbitos, 6 em 2015, 11 em 2016, 3 em 2017 e 1 óbito em fevereiro de 2018. Entre menores de 1 ano, a mortalidade por malformações congênitas está descrita como a principal causa de óbito, atrás apenas de causas perinatais. As MAC são as principais componentes de uma mortalidade precoce, pois essas afeções em geral são incompatíveis com a vida. No presente estudo encontramos uma prevalência de morbimortalidade maior no sexo masculino, concluindo-se assim que o estudo foi coerente com a literatura ao relacionar a faixa etária das crianças menores de um ano do sexo masculino como as mais acometidas por MAC. As anomalias congênitas associam-se à morbimortalidade infantil, sendo crucial o seu diagnóstico precoce, para que ocorra o planejamento e a alocação de recursos dos serviços de saúde especializados adequados e eficazes para a melhora da qualidade de vida e dos índices de sobrevida dessas crianças.
Palavras-chave (de 3 a 5)
malformações congênitas, aparelho circulatório, aparelho cardiovascular
Área
Clínico
Autores
Gabriela Silva Teles, Leonardo Tavares de Lima