24° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

IMPLANTE TRANSAPICAL DE VALVA MITRAL POR TRANSCATETER: UM RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: Reparos de válvulas mitrais e ou substituições de biopróteses são cada vez mais utilizados em vez da utilização para evitar a necessidade de vida útil anticoagulação sistêmica, especialmente em idosos e naqueles com fatores de risco. As válvulas bioprotéticas podem ter durabilidade frequentemente entre 10 e 20 anos, dependendo da idade e comorbidades. Embora reimplante de valva mitral seja possível, a mortalidade em virtude de reintervenção cirúrgica aumenta com a idade, comorbidades e urgência do procedimento. Nessa perspectiva, o implante transcateter de valva mitral aos candidatos não cirúrgicos com disfunção de bioprótese valvar mitral tem sido uma alternativa possível para muitos. Os pacientes submetidos a essa moderna modalidade cirúrgica tiveram reduzida taxa de complicações maiores, incluindo menos derrames, menos transfusões, redução de tempo de internação hospitalar em comparação com os pacientes que realizaram cirurgia aberta. DISCUSSÃO: M. C. A. S., 66 anos, gênero feminino, foi submetida à troca valvar mitral para tratamento de estenose mitral em 2009. Na época foi implantada uma prótese biológica número 27. Ficou em seguimento clínico com seu cardiologista até apresentar dispnéia aos pequenos esforços em função de disfunção valvar por estenose importante. O ecocardiograma transtorácico (ECO-TT) mostrava também disfunção de ventrículo direito, dilatação importante de átrio direito e moderada do átrio esquerdo e hipertensão pulmonar importante. Clinicamente, apresentava-se com turgência jugular e dispnéia aos mínimos esforços, derrame pleural à direita e congestão venosa torácica. A tomografia demonstra a dilatação de veias cava superior e inferior, bem como das veias supra-hepáticas. Em função do risco cirúrgico, oferecemos o implante transapical de prótese expansível por balão em procedimento valva-in-valve. O tratamento foi realizado sem intercorrências, no centro cirúrgico, utilizando prótese Inovare número 28. O ECO-TT realizado após a cirurgia mostrou em bom funcionamento valvar sem leaks. Recebeu alta no sexto dia pós-operatório. CONCLUSÃO: Em síntese, fora descrito um caso de paciente com disfunção de bioprótese mitral submetida à técnica de implante transcateter de valva mitral, sem intercorrências durante o ato cirúrgico, com satisfatória recuperação clínica no pós-operatório, e com reduzido tempo de internação. Estudos recentes comprovam que esse tipo de implante é seguro e eficaz. Além disso, com o aumento da experiência e difusão do conhecimento, este procedimento pode tornar-se uma alternativa válida à cirurgia convencional para pacientes selecionados, com risco cirúrgico mais elevado, de sorte a incentivar o uso mais amplo de biopróteses e marcar uma mudança fundamental no manejo da doença valvar.

Palavras-chave (de 3 a 5)

mitral valve; replacement transcateter; bioprosthesis

Área

Cirúrgico

Autores

Mayara Teixeira Maciel Nogueira, Nathália Tavares Silva, Sâmia Israele Braz do Nascimento, Caio Hidelbrando Vasconcelos Alencar, Raynio Markfá Rocha Silva, Bruna Ádria Carvalho Bringel, Samuel Soares Eduardo, Paulo Marcelo Barbosa Mesquita