Dados do Trabalho

Título

SÍNDROME CORONARIANA AGUDA EM NONAGENÁRIA: RELATO DE CASO

Resumo estruturado

Introdução: A prevalência de doença arterial coronariana (DAC) vem apresentando expressivo aumento no Brasil, assim como no mundo inteiro, em decorrência do aumento da expectativa de vida e da maior taxa de sobrevivência aos quadros agudos. O perfil de risco de pacientes idosos com quadro de síndrome coronariana aguda (SCA), geralmente, são diferentes dos pacientes não idosos: têm maior prevalência de hipertensão arterial, diabetes mellitus, história de infarto do miocárdio prévio, acidente vascular encefálico (AVE), doença multiarterial, doença vascular periférica, e insuficiência cardíaca. Geralmente, o idoso chega às unidades de saúde mais tardiamente, após o início dos sintomas. No caso das SCA, ao invés de dor, frequentemente apresentam os chamados “equivalentes isquêmicos”, como dispneia, confusão mental, mal-estar, síncope ou edema mesmo agudo de pulmão. Pacientes idosos também têm menor elevação das enzimas cardíacas e apresentam-se mais frequentemente com quadro de SCA sem supra do segmento ST. Relato de Caso: M.L.P, feminino, 91 anos, branca, aposentada, viúva, católica, procedente de Sobral - Ce, com história prévia de BAVT com implante de marcapasso definitivo dupla câmara e insuficiência cardíaca sistólica, foi internada com franca descompensação da insuficiência cardíaca (perfil frio e úmido), com história evolutiva de três dias, apresentando quadro de “dispneia aos mínimos esforços”, associada a tosse, mal-estar geral e episódios de confusão mental. Radiografia de tórax mostrou aumento da área cardíaca associado a congestão pulmonar importante bilateral; enzimas cardíacas (CK-MB e Troponina I elevadas); Pró-BNP > 3.000. Foi encaminhada para Terapia Intensiva, onde recebeu tratamento otimizado para Insuficiência Cardíaca, com uso de diuréticos associado a vasodilatadores, incluindo Nitroglicerina endovenosa e inotrópico positivo (Dobutamina), porém, mesmo com terapia otimizada, não obteve melhora significativa do quadro congestivo. Portanto, foi indicada a realização de cateterismo cardíaco, que mostrou lesão grave suboclusiva no terço distal do tronco da coronária esquerda com extensão para as artérias coronária descendente anterior e artéria coronária circunflexa, tendo nesta a presença de trombo intraluminal. Foi então submetida a angioplastia com implante de dois stents farmacológicos em “kissing stent” com sucesso, apresentando melhora do quadro congestivo. Discussão: Em pacientes idosos, deve sempre atentar para os sintomas não usuais da DAC, visto que o sintoma mais comum, que é a angina, muitas vezes não se apresenta de forma evidente e deve-se considerar a estratégia invasiva em pacientes de alto-risco, considerando o risco-benefício da conduta mesmo em pacientes muito idosos que não respondem à terapia otimizada para DAC e para a disfunção ventricular esquerda. A Síndrome Coronariana é uma importante causa de evolução e descompensação da insuficiência cardíaca sistólica.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Síndrome Coronariana, Pacientes idosos, Angina, Descompensação da insuficiência cardíaca sistólica.

Área

Clínico