25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

A manutenção da Terapia de Ressincronização Cardíaca é necessária nos pacientes que normalizam a função ventricular?

Resumo estruturado

Fundamentos: Alguns pacientes quando submetidos à Terapia de Ressincronização Cardíaca (TRC) apresentam resposta acima do normal, com normalização da função cardíaca, sendo considerados como Hiper ou Super-Respondedores (HR). Poucas informações são conhecidas sobre a evolução destes pacientes em caso de perda da TRC. Seria a continuidade da TRC necessária após a normalização da função cardíaca?
Objetivo: Descrever a evolução clínica e ecocardiográfica de pacientes Hiper-Respondedores à TRC que perderam a estimulação biventricular durante o seguimento, sendo novamente submetidos á TRC.
Descrição dos Casos: Caso 1.Paciente de 76 anos, sexo masculino, portador de miocardiopatia dilatada idiopática severa e classe funcional (CF) II (NYHA). Realizou implante de marca-passo multissítio, evoluindo para CF I e com fração de ejeção (FE) de 63% . Houve perda de seguimento tardio, tendo o marca-passo parado de funcionar devido ao desgaste total da bateria, com piora da CF para II e queda da FE para 48%. Após a troca do gerador, paciente normalizou novamente a função cardíaca (55%) e a CF. Apresentou câncer de pâncreas, sendo realizado gastropancreatoduodenectomia com sucesso. Evoluiu após 10 anos do implante para óbito devido complicações tardias da neoplasia.
Caso 2. Paciente sexo feminino, 66 anos, portadora de miocardiopatia dilatada idiopática. Foram realizados diversos ECOs, desde 1999 que mostravam FE entre 32 e 39% e diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (DDVE) de 80 mm, sendo submetido a implante de marca-passo biventricular em 12/03. Em 2005, a FE (59 %) e o DDVE (50 mm) normalizaram. Em 12/2007, a paciente referiu cansaço (CF II), devido ausência de captura do eletrodo de VE. Houve queda da FE (35%) e aumento do DDVE (60 mm). Optou-se por implante de novo eletrodo em VE . Após 6 meses, retomou a CF I e o ECO mostrava FE de 54% e DDVE de 49 mm. Após 16 anos do primeiro implante, a paciente continua em CF I e com FE normal.
Conclusão: A Terapia de Ressincronização Cardíaca mostrou ser uma terapia necessária de forma permanente nestes pacientes ressincronizados e que evoluem com normalização da função cardíaca (hiper-respondedores), demonstrada pela normalização em 2 ocasiões dos parâmetros ecocardiográficos.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Terapia de ressincronização

Área

Intervencionista

Autores

Guilherme Van Der Linden Fialho, Fernanda Pimentel Arraes Maia, Dante Aguiar Bonorandi Filho, Maria Victoria Pessoa Freire, Maria Eduarda Quidute Arrais Rocha, Francisco Daniel Cavalcante Vidal, Rebeca Viana Brigido de Moura, Jeruza Mara de Oliveira Lima, Eduardo Arrais Rocha