25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Morbimortalidade dos Hiper-Respondedores à Terapia de Ressincronização Cardíaca em 9 anos de seguimento

Resumo estruturado

Fundamento. A terapia de ressincronização cardíaca (TRC) promove remodelamento ventricular e melhora o prognóstico de 70 % dos pacientes com Bloqueio de ramo, fração de ejeção (FE) ≤ 35 % e Insuficiência cardíaca. A sobrevida em 5 anos desta população pode ser menor que 35 % no grupo sem terapêutica adequada. Apesar da gravidade, alguns pacientes após à TRC evoluem com normalização da função cardíaca, sendo denominados Hiper ou Super-respondedores.
Objetivo. Avaliar a evolução a longo prazo e a mortalidade dos hiper-respondedores (HR) à TRC.
Metodologia e Casuística. Estudo de coorte, observacional, prospectivo, envolvendo 146 pacientes consecutivamente submetidos à TRC. O teste exato de Fisher e o teste de Mann-Whitney foram usados para comparação das variáveis quando apropriados. Foram considerados Hiper-respondedores, os pacientes com FE > 50 % e Classe Funcional (CF) I /II (New York Heart Association) após a TRC. Os demais pacientes foram denominados de Não Hiper-Respondedores (NHR). O estudo foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário, tendo os pacientes assinado o termo de consentimento livre e esclarecido.
Resultados. Foram observados 24 pacientes HR (16,4%) de 146 pacientes do estudo. Quando comparados aos demais pacientes (NHR), os HR predominaram no sexo feminino (58,3% x 22,8%; p=0,002), com maior FE basal (31% x 26,9%; p=0,0003), maior índice de massa corporal (IMC - 26,8 ± 4,6 x 25,5 ± 3,9; p=0,013) e menores diâmetros diastólicos do ventrículo esquerdo (65,9mm x 72,6 mm; p=0,0032). No grupo HR, ocorreram 45,8 % de óbitos (11/24) em 113 ± 38 meses, sendo 12,5% óbitos (3/24) nos primeiros 34,0 ± 17,9 meses. As causas de mortalidade foram: Cardíaca em 5 pacientes (45,5%) e outras causas diversas em 6 pacientes (54,5%), tendo portanto, 5 pacientes dos 24 HR (20,8%) falecidos de causa cardíaca. Em 13 pacientes (54,1%) houve recidiva da disfunção do VE, sendo 3 pacientes (23%) nos primeiros 2 anos e 10 pacientes (77%) mais tardiamente. A CF permaneceu I/II em 18 pacientes (75%) dos HR.
Conclusão. Os pacientes Hiper-Respondedores à Terapia de Ressincronização Cardíaca apresentam excelente sobrevida em seguimento de muito longo prazo, sendo as etiologias não cardíacas as principais causas de mortalidade.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Terapia de ressincronização cardíaca, Hiper respondedor

Área

Intervencionista

Autores

Maria Eduarda Quidute Arrais Rocha, Dante Aguiar Bonorandi Filho, Maria Victoria Pessoa Freire, Guilherme Van Der Linden Fialho, Rebeca Viana Brigido de Moura, Francisco Daniel Cavalcante Vidal, Fernanda Pimentel Arraes Maia, Jeruza Mara de Oliveira Lima, Eduardo Arrais Rocha