25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA APICAL (DOENÇA DE YAMAGUCHI) – UM RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO Cardiomiopatia hipertrófica apical (CMA) é um raro subtipo de cardiomiopatia hipertrófica, caracterizando-se pelo espessamento da parede do miocárdio no ápice do ventrículo esquerdo, e raramente pelo ápice do ventrículo direito. RELATO DE CASO Paciente, masculino, 48 anos, natural e procedente Maracanaú, hipertenso, católico, solteiro e motorista, apresentava dispneia progressiva há um mês da admissão hospitalar. A dispnéia foi associada a dor torácica em aperto iniciada na admissão, motivando o paciente a procurar o hospital. Nega etilismo e tabagismo. Ao exame físico, regular estado geral, dispneico (+/4+), acianótico, anictérico, mucosas hidratadas e normocoradas. Aparelho cardiovascular apresentava frequência cardíaca de 78 batimentos por minuto, ritmo cardíaco regular em dois tempos, bulhas normofonéticas com sopro sistólico em foco mitral (2+/6+). Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular reduzido em base esquerda. Ao exame abdominal, apresentava ruídos hidroaéreos presentes, flácido e indolor à palpação, sem visceromegalias. Presença de edema de membros inferiores (+/4+) e pulsos periféricos palpáveis. Diante disso, exames complementares foram solicitados, sendo o principal o ecocardiograma transtorácico (ETT) evidenciando câmaras cardíacas com dimensões intracavitárias normais, hipertrofia de região médio-apical, obliterando ápice de ventrículo esquerdo (VE), sugestivo de CMA (Yamaguchi), função sistólica do ventrículo esquerdo preservada. Fração de ejeção=79% e disfunção diastólica leve do VE por déficit de relaxamento. DISCUSSÃO: O critério diagnóstico da CMA consiste na demonstração, com base em um ecocardiograma ou ressonância magnética, de hipertrofia assimétrica predominantemente confinada em ápice de VE, tendo a espessura de parede apical ≥ 15 mm e uma relação entre parede apical e parede posterior ≥ 1,5 mm. Sabe-se que 54% dos casos de CMA são sintomáticos, sendo o sintoma mais comum a dor no peito, seguido por palpitações, dispneia e síncope. Novos sopros são comuns, achado presente em nosso paciente. No ECG, os achados mais frequentes são as ondas T negativas nas derivações precordiais, ocorrendo em 93% dos pacientes, seguido de hipertrofia do VE em 65% dos casos. Ondas T negativas com uma profundidade > 10mm são encontradas em 47% dos pacientes com CMH. Em nosso paciente, o ECG demonstrou hipertrofia ventricular esquerda e ondas T negativas profundas. O ecocardiograma mostra hipertrofia do ápice de VE, consistindo em uma ferramenta útil para o diagnóstico inicial. CONCLUSÃO: A Yamahuchi consiste em uma doença rara, que, em algumas situações, pode ser identificada esporadicamente ou pode ocasionar um quadro clínico de dispneia, dor torácica e síncope, como no caso apresentado. Assim, é fundamental o uso de ferramentas, como o Eletrocardiograma e o ETT para o seu correto manejo.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Cardiomiopatia Hipertrófica. Eletrocardiografia. Ecocardiografia

Área

Imagem Cardiovascular

Autores

Pedro Italo Sampaio Braga, Isabelle Maria Oliveira de Sousa, Humberto Maciel Gondim Gonçalves Filho, Leonardo Tavares de Lima, Gabriel Magalhães Saraiva, Ana Kamila Paiva de Sousa, Leticia Freitas Melo, Acrisio Sales Valente, Carlos Jose Mota de Lima