25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

DIAGNOSTICO CLINICO E ECOCARDIOGRAFICO DE FEBRE REUMATICA: UM RELATO DE CASO

Resumo estruturado

Introdução: A Febre Reumática é a principal causa de doença cardíaca adquirida em crianças e jovens adultos. Essa doença se inicia com infecção faríngea por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, evoluindo para inflamação aguda do coração e de diversos sistemas, podendo cursar com artrite migratória, cardite destrutiva grave por lesão valvar, coreia de sydenham, nódulos subcutâneos e eritema marginatum. Estas condições, vistas como critérios maiores pela pontuação de Jones, ao juntarem-se à presença de critérios menores tais como febre, artralgia, VHS elevado e intervalo PR prolongado, podem diagnosticar a doença em fase aguda. A evolução para complicações por insuficiência mitral ou aórtica, além de distúrbios hemodinâmicos graves, podem ser preveníveis com tratamento precoce e medidas profiláticas. Na prática, os critérios de Jones são pouco aplicáveis, visto que a maioria dos pacientes não costumam procurar atendimento médico na fase aguda da doença. Relato: A.L.P, masculino, 17 anos, natural e procedente de Sobral-CE. Admitido no Hospital Regional Norte, queixando-se de edema e dor há 1 mês em calcanhares, que impedia deambulação. Alega, ainda, histórico de epistaxe e dor abdominal em mesogástrio. Ao exame físico: FC = 55 bpm, sopro sistólico mais audível em foco mitral (6+/6+), com irradiação para focos tricúspide, pulmonar e aórtico; ictus cordis visível e palpável; frêmito toracovocal aumentado em todo hemitórax. Solicitado hemograma com ASLO, apresentando neutrofilia e elevação de anticorpo antiestreptolisina O, sugestivo de infecção estreptocócica prévia. Eletrocardiograma evidenciou sobrecarga de ventrículo esquerdo e onda T de grande amplitude. Paciente foi encaminhado ao Hospital do Coração (HC) para realizar Ecocardiograma, o qual evidenciou fração de ejeção preservada, dupla lesão mitral reumática importante (estenose e insuficiência), valva mitral espessada e mobilidade reduzida de suas cúspides com abertura em DOMO, insuficiência aórtica reumática importante, função sistólica de ventrículo esquerdo preservada e insuficiência tricúspide de grau discreto (PSAP = 35 mmHg), sugestivos de doença reumática. Iniciou tratamento com Penicilina G Benzatina (21/21 dias - 1.200.000 U), mantendo acompanhando de rotina, mas relata que aderiu ao tratamento por apenas 2 anos. Há 15 dias, retornou ao HC referindo dor em "faixa" em hipocôndrios e epigástrio, contínua, com aumento progressivo durante dois dias, de forte intensidade. Sugeriu-se continuação da antibioticoterapia. Hoje, apresenta-se assintomático, com adesão ao tratamento e aguardando liberação para procedimento cirúrgico. Conclusão: A conduta deste paciente consiste na profilaxia secundária com uso de antibioticoterapia (Penicilina G Benzatina em dose recomendada de 1.200.000 U via IM em pacientes > 20kg) por toda a vida. Além disso, por encontrar-se assintomático e com fração de ejeção preservada, o paciente está apto para realizar valvuloplastia ou a troca valvar.

Palavras-chave (de 3 a 5)

febre reumática, sopro sistólico, infecção estreptocócica

Área

Clínico

Autores

Raquel Mourisca Rabelo, Ingrid Victor Almeida, Marcos Miranda Vasconcelos, Fabríolo José Gomes da Frota Filho, Jaine Maria Silva Mendes, Julia Cunto Goulart, Laise Torres Dias, Luzia Keyne Sousa Carneiro Frota