25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CARDIOMIOPATIA PERIPARTO EM UMA PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A Cardiomiopatia Periparto (CPM) é uma insuficiência cardíaca de etiologia desconhecida, ocorrendo nos últimos meses de gestação até o período pós-parto, principalmente nas primeiras semanas pós-parto. A presença de sinais e sintomas da CPM pode confundir com as alterações fisiológicas do período gestacional, sendo o diagnóstico muitas vezes atrasado. Portanto, a necessidade do reconhecimento precoce da patologia em questão é fundamental para diminuição das taxas de mortalidade. RESULTADO E DISCUSSÃO: F.L.C, sexo feminino, 17 anos, solteira, do lar, procedente de Fortaleza. Paciente previamente hígida, refere que 21 dias após o parto iniciou dispneia aos pequenos esforços e ortopneia, associados a náuseas e vômitos. Buscou atendimento médico, em que foi internada e diagnosticada com anemia e derrame pleural. Durante o internamento, evoluiu com edema de membros inferiores. Permaneceu 2 semanas internada. Após a alta hospitalar, relata que os sintomas reapareceram com piora do quadro clínico, fazendo com que buscasse a emergência do Hospital de Messejana. Nega febre ou hemoptise. Negava medicações de uso contínuo. G3P1A3, tendo sífilis em 2 gestações prévias. Nega etilismo e tabagismo. Ao exame: EGR; AAA; FC: 135 bpm; FR: 32 irpm; SatO2: 86% em ar ambiente; AC: RCR, 2T, BNF, SS; AR: MVU +, com crepitações em base direita; Extremidades: pulsos presentes e filiformes, sem edema ou cianose. Exames complementares: Eletrocardiograma: taquicardia sinusal com presença de S1Q3T3; Ecocardiograma: Fração de ejeção do ventrículo esquerdo: 16% (Teicholz), PSAP: 52 mmHg, disfunção sistólica dos ventrículos esquerdo e direito, veia cava inferior congesta e hipocinesia difusa do ventrículo esquerdo; Radiografia de tórax: cardiomegalia. Foi solicitado parecer da equipe de transplante cardíaco. Os mecanismos que levam à disfunção cardíaca na CPM permanecem indefinidos, porém o aumento do estresse oxidativo, o desequilíbrio da angiogênese e as reações inflamatórias têm sido propostos. Em relação aos fatores de risco, idade materna avançada, multiparidade, raça negra, obesidade, pré-eclâmpsia e o abuso de cocaína e tabaco são descritos na literatura. No tocante aos sintomas, esses pacientes tendem a apresentar sinais de insuficiência cardíaca direita e esquerda, como distensão venosa jugular, ritmo de galope, estertores, ascite e edema periférico. Além disso, como a gravidez e o período de pós-parto são estados de hipercoagulabilidade, alguns pacientes podem apresentar hemoptise secundária à embolia pulmonar e/ou sintomas neurológicos decorrentes de um evento cerebrovascular agudo. No que diz respeito ao diagnóstico, é necessário a presença de sinais clínicos de insuficiência cardíaca e uma ecografia que demonstre uma FEVE ≤ 45%. CONCLUSÃO: A CPM é um distúrbio raro e bastante grave, porém, muitas vezes, sendo diagnosticada tardiamente, o que tem contribuído para as altas taxas de mortalidade e morbidade.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Cardiomiopatia Periparto; Insuficiência Cardíaca; Pós-parto

Área

Clínico

Autores

Alicy Antônia da Silva Araújo Freitas, Gustavo Igor Marques Rodrigues, Antônio Erisvaldo Linhares Ponte Filho, Juliana Leao Moraes, Frederico Carlos de Sousa Arnaud, Filadelfo Rodrigues Filho