25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

SINDROME DO SEIO CAROTIDEO: UM DIAGNOSTICO DIFERENCIAL PARA SINCOPES DE REPETIÇAO.

Resumo estruturado

HIPERSENSIBILIDADE DO SEIO CAROTÍDEO: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PARA SÍNCOPES DE REPETIÇÃO. INTRODUÇÃO:
Czermak relatou em 1866 que o estímulo sobre a artéria carotídea, provoca bradicardia e hipotensão, mas apenas em 1927, quando Hering demonstrou o fenômeno ao pressionar isoladamente o seio carotídeo em cachorros que a teoria foi revisada. Em 1946 Nathanson detalhou as síndromes: Síndrome de Hipersensibilidade do Seio carotídeo (HSC) que corresponde à uma massagem positiva no seio carotídeo em pacientes assintomáticos, enquanto Síndrome do Seio Carotídeo (SSC) corresponde ao episódio de síncope desencadeada pela massagem ao seio durante atividades cotidianas. SSC é definida como a diminuição da frequência cardíaca e/ou pressão sanguínea arterial (PA) em resposta à massagem do seio carotídeo (MSC). Sua prevalência aumenta com a idade e é quatro vezes mais comum em homens que em mulheres. Os pacientes manifestam perda súbita de consciência com recuperação espontânea, porém podem apresentar complicação do episódio de queda. Cerca de 1/3 dos pacientes com mais de 50 anos tem quedas recorrentes ou inexplicadas com resposta positiva ao teste de MSC, não sendo incomum que os idosos não recordem do episódio. O diagnóstico é feito quando a apropriada massagem do seio carotídeo desencadeia um período de assistolia ≥ 3 segundos sem alteração da PA, caracterizando como subtipo cardioinibitório (CI) ou ocorre a queda de pelo menos 50mmHg da pressão sanguínea sistólica na ausência de bradicardia significativa, sendo esse o subtipo vasodepressor (VD). Nos casos de pausa ≥ 3 segundos associados a uma redução da PA de pelo menos 50mmHg, denominamos SSC mista. Resultados: Paciente masculino de 84 anos procura emergência com histórico de síncopes de repetição, é hipertenso em uso regular das medicações, nega comorbidades. Relata há cerca de 15 anos apresentar episódios de síncope, sem fatores desencadeantes ou sintomas premonitórios. Após o evento, que dura alguns segundos, retoma espontaneamente a consciência, sem sinais ou sintomas associados. Procurou atendimento médico em cinco ocasiões sem que fosse detectada alteração ou realizado diagnóstico. Após o último evento realizou TC de crânio sem alterações significativas, doppler de carótidas com ateromatose sem repercussão hemodinâmica, ecocardiograma com disfunção diastólica grau I de ventrículo esquerdo e insuficiência aórtica leve e TILT TABLE TESTE com ritmo cardíaco sinusal que após massagem do seio carotídeo demonstrou pausa maior que 3 segundos associado a pré-síncope, sugestivo de hipersensibilidade do seio carotídeo. Paciente foi submetido a colocação de marcapasso evoluindo satisfatoriamente e recebeu alta hospitalar sem apresentar novo evento de síncope. Conclusão: A SSC apesar de pouco prevalente deve entrar no diagnóstico diferencial de síncopes de repetição principalmente em idosos, pois apesar de baixa mortalidade apresenta significativa morbidade.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Síncope; Seio Carotídeo; Hipersensibilidade

Área

Clínico

Autores

João Martins Rodrigues Neto, Thiago de Gaultier Oliveira do Amarante de Paulo, Dalila Uchôa Sousa, Allysson Wosley de Sousa Lima, Raíssa Marianna Viana Diniz, Frederico Carlos de Sousa Arnaud, Filadelfo Rodrigues Filho, Stela de Castro Freitas, Pedro Raphael Felício Philomeno Gomes