25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Análise descritiva dos índices de morbimortalidade por cardiopatia reumática crônica no Ceará do ano de 2008 a 2018

Resumo estruturado

Introdução: A febre reumática (FR) é uma doença inflamatória sistêmica, cujo agente infeccioso é o Streptococcus B-hemolítico do grupo A. Assim como a FR, a cardiopatia reumática crônica (CRC) é uma complicação não supurativa da faringoamigdalite decorrente de uma resposta imune tardia a esta infecção em populações geneticamente predispostas. Através de dados obtidos pela plataforma DATASUS, o presente trabalho visa explicitar o impacto que a cardiopatia reumática crônica representa na saúde pública do estado do Ceará (CE), por meio do número de internações e óbitos por essa condição nas macrorregiões de saúde do estado no ínterim de 2008 a 2018. Resultados e Discussão: Nesse período, observou-se que a Região Nordeste (NE) apresentou o segundo maior número de internações por CRC do Brasil, um total de 23.287, que representa aproximadamente 27% das internações brasileiras, atrás apenas da Região Sudeste (SE). Das internações no NE, 3.913 foram realizadas no CE, terceiro estado da região em número de internações. Ademais, os gastos do país com a CRC totalizaram R$896.276.121,73, sendo o NE a segunda região que mais contribuiu com este valor, precedida novamente pelo SE. O CE foi responsável por 16,7% dos gastos da região. Nota-se que as regiões Sudeste e Nordeste, por serem as mais populosas do país, apresentam maior número de internações e consequentes gastos por CRC. Paralelamente, 78% das internações, bem como 228 dos 304 óbitos por CRC no CE ocorreram na macrorregião de Fortaleza, que alberga os hospitais de referência, concentrando os atendimentos no estado. No contexto cearense, o sexo feminino foi maioria tanto em internações, quanto em óbitos, representando 54% e 56% respectivamente. Em relação ao perfil etário no CE, ocorre expressivo aumento das internações a partir dos 20 anos de idade, com destaque para faixa de 40-49 anos que concentra a maior parte destas, cerca de 18%. Já em relação aos óbitos, o grupo de 50-69 anos representa aproximadamente 40% do total. Além disso, observou–se uma redução de 43% nas internações e de 53% nos óbitos no CE em 2018, quando comparadas a 2008. A redução destes índices está relacionada a melhorias nas condições socioeconômicas das populações e melhor adesão a tratamentos preventivos (SOUZA, 2006), refletindo um padrão mundial, em que ocorre uma redução dos casos de doenças infectocontagiosas, acompanhada do aumento das patologias não transmissíveis. Conclusão: Apesar da queda dos níveis de morbimortalidade por cardiopatia reumática crônica no Ceará, tornam-se necessários maiores investimentos na prevenção e controle desta doença no estado, uma vez que ela ainda representa um importante problema de saúde pública, causando forte impacto financeiro para o Sistema Único de Saúde.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Cardiopatia Reumática Crônica; Ceará ; Aparelho Cardiovascular

Área

Clínico

Autores

Tainan Paula Lima, Hyan Staytskowy Magalhães Martins, Priscila Janiele de Lima Costa, Emanuel Carneiro de Vasconcelos, Thaís Colares Silva, Thaís Pimentel Barbosa, José Roberto Gomes Francilino Filho, Gabriel Coelho Brito Dias, Artur Queirós Azevedo