25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

USO DA OXIGENAÇAO POR MEMBRANA EXTRA-CORPOREA COMO SUPORTE HEMODINAMICO E RESPIRATORIO EM UM PACIENTE SUBMETIDO A PLASTIA DE VALVULA MITRAL E TRICUSPIDE: RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A oxigenação por membrana extra-corpórea (ECMO) é uma forma de circulação prolongada que promove a troca entre oxigênio e gás carbônico diretamente do sangue, sendo importante no fornecimento de suporte hemodinâmico e ventilatório. Existem dois tipos de configuração de ECMO: V-A (venoarterial) e V-V (venovenosa). RESULTADO E DISCUSSÃO: Paciente, masculino, 27 anos, portador de insuficiência mitral e tricúspide, foi internado, no dia 23.03.19, em um hospital de Fortaleza, com dispneia aos pequenos esforços e paroxística noturna, ortopneia, palpitações, leve desconforto precordial em pontada sem irradiações, sudorese, parestesia de membros e anasarca. Apresentava ausculta cardíaca com ritmo cardíaco irregular, em dois tempos, bulhas hipofonéticas, sopro sistólico em foco mitral (+2/6+), irradiando-se para linha axilar posterior, e freqüência cardíaca de 92 batimentos por minuto. O ecocardiograma (ECO) revelou valva mitral de cúspides espessadas, com falha de coaptação e refluxo grave, refluxo tricúspide importante e aumento importante biatrial (Volume do Átrio Esquerdo Indexado = 528ml/m3 / Volume do Átrio Direito Indexado = 120ml/m3) e das dimensões dos ventrículos. Dois meses após a internação, realizou plastia de válvula mitral e tricúspide. No transoperatório, ocorreu distensão ventricular, necessitando de inotrópicos e vasopressores em doses elevadas, sendo instalada ECMO venoarterial (V-A) central e com bomba centrífuga por persistência de choque circulatório secundário à falência aguda de ventrículo direito (VD). Somado a isso, no pós-operatório, evoluiu com coagulação intravascular disseminada, necessidade de múltiplas transfusões, atelectasia de pulmão esquerdo e necessidade de instalação de oxigenação extracorpórea por membrana venovenosa (ECMO V-V), canulação central e assistência circulatória com bomba centrífuga. Na ECMO V-V, utilizada neste caso, o sangue é retirado de uma veia central, passa pela membrana extracorpórea onde é realizada a troca gasosa e retorna por uma veia central, facilitando a função pulmonar. Dessa forma, trabalha como terapia de resgate definitiva para pacientes com hipoxemia refratária, ajudando a resolver a hipoxemia e a hipercapnia, permitindo pressões de platô mais baixas e resultando em resistência vascular pulmonar reduzida. Assim, melhora a instabilidade hemodinâmica associada à falência do VD. A ECMO V-A, em que o sangue retorna para o sistema arterial e fornece suporte hemodinâmico, além do suporte ventilatório, foi indicada como suporte cardíaco relacionada ao choque cardiogênico refratário, a despeito de volume intravascular adequado e medicações endovenosas inotrópicas e vasopressoras. CONCLUSÃO: A ECMO tem se tornado uma ferramenta de grande importância para o suporte de pacientes com grave disfunção cardíaca e/ou pulmonar, visto que pode ser utilizada em pacientes graves como ponte para decisão, recuperação, terapia de destino ou transplante.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Extra-corpórea, Plastia, Hemodinâmica

Área

Intervencionista

Autores

Frederico Carlos de Sousa Arnaud, Filadelfo Rodrigues Filho, Karina de Vasconcelos Norões, Juliana Leão Moraes, Saullo Alcântara Mendes, Alicy Antônia da Silva Araújo Freitas, Sabrina Maria Lima Bezerra , Ívina Mourão Lobo Melo, Lucas Castro do Nascimento