25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CORREÇAO CIRURGICA COM ENXERTO DE DACRON EM DISSECÇAO DE AORTA DO TIPO I DE BAKEY: RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A dissecção aguda de aorta é a emergência mais comum da aorta, tendo seu desfecho determinado pelo tipo e extensão da dissecção. A manifestação clínica mais comum é a dor torácica de forte intensidade, com irradiação para dorso, abdômen ou lombar. Além disso, podem ocorrer sintomas neurológicos, decorrentes da compressão de vasos da base ou ramos medulares. RESULTADOS/DISCUSSÃO: J.R.M.S, sexo masculino, 61 anos, foi admitido em um hospital público de Fortaleza, com história de queda da própria altura após esforço físico associada a calafrios, queimação no peito com irradiação para o dorso. Tabagista de longa data, sem comorbidades. Ao exame físico admissional, apresentava-se em regular estado geral, pressão do membro superior direito igual a 151/69 mmHg e do membro superior esquerdo igual a 144/72 mmHg, além de plegia e anestesia de membros inferiores (MMII). Apresentava radiografia de tórax com alargamento do mediastino; angiotomografia de aorta toraco-abdominal com sinais de ectasia cilíndrica da aorta (Ao) torácica, com dissecção desde o segmento da Ao ascendente, estendendo-se pela Ao descendente, abdominal, até a artéria ilíaca comum esquerda, além de sinais de dissecção do óstio da artéria renal esquerda. Ecocardiograma demonstrava valva aórtica trivalvular espessada e calcificada com boa abertura e mobilidade, sem gradiente sistólico significativo e apresentando refluxo leve. Paciente foi submetido à correção de dissecção de aorta tipo I, à correção de aneurisma de Ao ascendente (troca da Ao ascendente por tubo de Dacron) e à plastia valvar aórtica. No pós-operatório, paciente evoluiu hemodinamicamente estável, sem o uso de drogas vasoativas, porém persiste com plegia e anestesia de MMII. A classificação De Bakey, apresenta a tipo 1 como a mais comum, envolvendo aorta ascendente, arco aórtico e aorta descendente. Nas dissecções envolvendo a aorta ascendente, a intervenção cirúrgica deve ser imediata, e tem por objetivos evitar a ruptura e a morte por tamponamento cardíaco, corrigir a regurgitação aórtica quando presente, evitar a isquemia miocárdica, e redirecionar o fluxo pela luz verdadeira aos ramos supra-aórticos e à aorta descendente. Se os diâmetros da aorta ascendente e da raiz da aorta são normais, e não há desalinhamento do plano comissural da válvula aórtica nem distorção dos óstios coronarianos, a correção, envolve a interposição de um enxerto reto de Dacron, anastomosado proximalmente na porção sinotubular da aorta. A principal preocupação na correção cirúrgica dos aneurismas descendentes ou toraco-abdominais ainda é a paraplegia, sua ocorrência advém de uma ou mais das seguintes condições: duração e grau de isquemia medular, falha no restabelecimento do fluxo da medula espinhal após o reparo, e injúria de reperfusão mediada bioquimicamente. CONCLUSÃO: O diagnóstico de dissecção de aorta exige níveis altos de suspeição, para que o a abordagem cirúrgica seja precoce e garanta a sobrevida do paciente.

Palavras-chave (de 3 a 5)

DISSECÇÃO, AORTA, BAKEY, ENXERTO, DACRON, CIRURGIA

Área

Cirúrgico

Autores

Frederico Carlos de Sousa Arnaud, Filadelfo Rodrigues Filho, Karina de Vasconcelos Norões , Juliana Leão Moraes, Saullo Alcântara Mendes, Alicy Antônia da Silva Araújo Freitas, Sabrina maria Lima Bezerra, Gabrielle de Moura Ferreira, Ívina Mourão Lobo Melo