25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

ANALISE COMPARATIVA DA MORTALIDADE POR DOENÇA DE CHAGAS ENTRE AS REGIOES METROPOLITANAS E INTERIORANAS NO NORDESTE BRASILEIRO ENTRE 2008 E 2017

Resumo estruturado

Introdução: A doença de Chagas, ou tripanossomíase americana, é uma antroponose cujo agente etiológico é o Trypanosoma cruzi e que tem como vetores os insetos do gênero Triatominae. A mortalidade da doença de Chagas ocorre, principalmente, devido a disfunções cardiovasculares. Dentre estes, destacam-se taquicardia e fibrilação ventricular ou, menos frequentemente, bloqueio atrioventricular total e disfunção do nó sinusal. Dependendo do estágio da doença, as causas de morte podem variar, sendo a morte cardíaca súbita o principal fator nos estágios iniciais da doença e, nos mais avançados, predominam mortes causadas por insuficiência cardíaca. Diante da relevância dessa doença no nordeste brasileiro e levando em conta as diferenças territoriais de impacto desta patologia devido a questões relacionadas à sua transmissão e ao acesso à saúde em uma determinada região, busca-se analisar, por intermédio da plataforma DATASUS, as diferenças nos índices de mortalidade em capitais e no interior nordestinos em uma janela temporal de 10 anos, a fim de evidenciar os motivos para tais.Resultados: Houve, no nordeste brasileiro, no período de 2008 a 2017, um total de 10.287 óbitos devido a complicações da Doença de Chagas, sendo 925 em Alagoas, 6243 na Bahia, 497 no Ceará, 72 no Maranhão, 304 na Paraíba, 710 no Piauí, 1194 em Pernambuco, 154 no Rio Grande do Norte e 188 em Sergipe. Destes, 6.202 casos ocorreram nas regiões interioranas destes estados, cerca de 60,30% do total. Dos 9 estados, apenas 2 registraram a maior parte de óbitos na região metropolitana e não no interior. É possível mencionar Alagoas como o estado com o menor percentual de óbitos por Doença de Chagas na zona interiorana neste período, com apenas 16 casos (menos de 2% do total do estado), enquanto Piauí se encontra no extremo oposto, com 660 dos casos mencionados referentes à zona interiorana (quase 93% do total do estado).Discussão: Foi possível observar um predomínio dos óbitos devido a Doença de Chagas no interior dos estados, fato que, provavelmente, se deve ao predomínio de microambientes propícios a infestação por triatomíneos, vetores da doença, além da maior dificuldade da população de ter acesso a serviços de saúde que ajudem a mitigar os efeitos prejudiciais dessa patologia e que conscientizem a população sobre a prevenção correta dela. Conclusão: A partir do levantamento dos dados pode-se concluir que, como esperado, a maioria dos óbitos por doença de Chagas ocorreu no interior, provavelmente devido ao ambiente favorável ao vetor. Além disso, a subnotificação é outro fator a ser levado em consideração quando se discute sobre mortalidade em doença de Chagas, visto que grande parte dos óbitos causados por ela não são devidamente registrados. Assim, estima-se que o real número de óbitos devido à Doença de Chagas seja superior ao catalogado.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Doença de Chagas; Mortalidade; Nordeste; Região Metropolitana

Área

Clínico

Autores

Emanuel Carneiro de Vasconcelos, Gabriel Coelho Brito Dias, Bernardo Chaves Lima, Swelen Cristina Medeiros de Lima, Gabriel Damasceno Gurjão Pessoa, Priscila Janiele de Lima Costa, Thomaz Alexandre Costa, Wesla Suzy Praxedes, Larissa Mariane Amorim Silva