25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA ADEQUAÇAO DA PRESCRIÇAO DE ESTATINAS PARA PACIENTES DIABETICOS NA ATENÇAO PRIMARIA A SAUDE

Resumo estruturado

Introdução: Atualmente, a terapia com maior validade por estudos clínicos para redução da incidência de eventos cardiovasculares (CV) é o uso das estatinas, por meio da redução do LDL-colesterol (LDL-c), principalmente quando associada com a realização de atividades físicas. As estatinas estão indicadas como primeira opção terapêutica de prevenção primária e secundária de eventos CV, tornando-se de considerável relevância a avaliação dos aspectos de indicação e prescrição adequadas dessas medicações no contexto da atenção primária à saúde (APS). O objetivo deste trabalho é avaliar a adequação da prescrição de estatinas a pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) acompanhados na APS.
Resultados/Discussão: Este é um estudo transversal realizado com 128 indivíduos portadores de DM2 acompanhados na APS no município de Fortaleza-Ceará, durante os meses de Janeiro a Outubro de 2017, nos quais a média de idade era 56±10 anos e o tempo médio de diagnóstico de DM2 era 7±6 anos. Foi realizada estratificação de risco cardiovascular (RCV) pelo escore da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que evidenciou uma maioria de indivíduos de alto risco (98,4%) e uma minoria como risco intermediário (1,6%), não havendo indivíduos de baixo RCV. No tocante ao uso de estatinas, tendo em vista a abordagem das dislipidemias, 40,6% dos indivíduos referiram seu uso. Quanto à análise dos valores lipídicos, observa-se que os pacientes apresentavam médias elevadas de LDL colesterol (101,40±33,52 mg/dL), triglicerídeos (185,83±113,65 mg/dL) e colesterol não-HDL (135,78±38,13 mg/dL), considerando-se os valores de referência para a população diabética de alto risco. Quanto à avaliação da adequação da prescrição de estatinas, evidenciou-se que apenas 19,5% dos pacientes tinham recomendação adequada da estatina e a grande maioria deles (80,5%) não estavam adequadamente tratados, apresentando-se fora do alvo de colesterol LDL-c para a categoria de risco obtida através do escore da SBC.
Conclusão: Os pacientes diabéticos avaliados eram de alto RCV e apresentavam-se em sua maioria dislipidêmicos. Apesar disso, a maior parte dos diabéticos não estavam adequadamente tratados com estatinas. Este fato aponta para uma possível dificuldade no manejo da dislipidemia na APS, o que pode se justificar por apenas dispormos de estatina de potência no máximo intermediária na rede municipal de medicações da APS em Fortaleza ou por uma possível inércia médica para realizar o manejo adequado desta condição. É necessário, portanto, haver uma melhor formação médica voltada para o manejo da dislipidemia na APS, para que os pacientes possam ser adequadamente tratados e para que esta medida de importante impacto na redução de eventos cardiovasculares possa ser de fato implementada na atenção básica.

Palavras-chave (de 3 a 5)

risco cardiovascular, estatinas na atenção primária e adequação da prescrição de estatinas

Área

Clínico

Autores

Vinícius Coelho Garcia, Carolina Costa Freire, Isabela Carvalho Studart, Antônio Victor Gouveia dos Santos, Ana Lorena Maia Moura, Ane Karoline Medina Néri, Danielli da Costa Lino, Mário Luiz Guerra de Castro, Geraldo Bezerra Júnior