25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

TERAPIA DE SUPORTE CIRCULATORIO NO CHOQUE OBSTRUTIVO SECUNDARIO AO TROMBOEMBOLISMO PULMONAR MACIÇO – RELATO DE CASO.

Resumo estruturado

Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) maciço refere-se à presença de êmbolos que causam instabilidade hemodinâmica, insuficiência ventricular direita e choque circulatório. O tratamento do choque obstrutivo relacionado ao TEP maciço baseia-se na rápida resolução dos coágulos e no suporte cardiopulmonar avançado, como o uso de suporte circulatório com oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). Caso clínico/Discussão: Paciente de 17 anos, masculino, admitido com dor torácica pleurítica, dispneia em repouso de início há 10 dias associada a edema e dor em membro inferior direito. Possui histórico de trombofilia na família paterna. Sem sinais de choque na admissão. O eletrocardiograma com taquicardia sinusal, bloqueio de ramo direito e padrão S1Q3T3. Marcadores de necrose miocárdica negativos. Realizou ecocardiograma a beira leito sem sinais de disfunção de VD. Diagnosticado com TEP e iniciado anticoagulação com enoxaparina. Nas 12 horas seguintes, evoluiu com choque circulatório, sendo intubado, trombolisado com alteplase 100mg, heparinizado (heparina não fracionada) e iniciado inotrópicos e vasopressores em elevadas doses. Apresentou parada cardiorrespiratória em AESP durante a infusão do trombolítico, sendo reanimado durante 03 ciclos com retorno a circulação espontânea. Diante da refratariedade do choque, optou-se por uma terapia de suporte circulatório com oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) venoarterial e arteriografia com trombólise direcionada por cateter, que foram realizadas simultaneamente no laboratório de hemodinâmica. Nas 24 horas seguintes, o paciente começou a tolerar a redução dos inotrópicos e dos vasopressores. Nas 72 horas após o implante do suporte de ECMO, evoluiu com melhora clínica, laboratorial e ecocardiográfica, sendo removido o dispositivo. No dia seguinte, foi extubado e apresentou sinais de trombose arterial aguda em membro inferior esquerdo, sendo submetido a cirurgia de embolectomia arterial femoral com bypass distal com enxerto venoso. Evoluiu com intercorrências infecciosas e recebeu alta hospitalar com 40 dias de internamento, sem sequelas neurológicas, motoras ou vasculares importantes. O tratamento do TEP maciço é realizado através da redução da resistência vascular pulmonar com trombolíticos sistêmicos, trombolíticos guiados por cateter ou extração do coágulo (endovascular ou cirúrgica). Para os casos refratários ou com contraindicação à trombólise, o suporte de ECMO pode ser usado para melhorar a oxigenação, alcançar a estabilidade hemodinâmica e tratar com sucesso o choque obstrutivo secundário ao TEP maciço. Conclusão: A utilização do ECMO venoarterial no manejo de pacientes graves com choque obstrutivo secundário ao TEP maciço torna-se uma ferramenta efetiva garantindo um suporte cardiopulmonar até a estabilização hemodinâmica enquanto a terapia anticoagulante e trombolítica atua na causa base. A despeito de ser um device de alto custo, quando bem indicado obtém-se resultados satisfatórios.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Tromboembolismo pulmonar. Choque obstrutivo. Suporte de ECMO.

Área

Clínico

Autores

PEDRO ALBERTO MARTINS FREIRE FILHO, JULIANA DE FREITAS VASCONCELOS SUGETTE, RAÍSSA MARIANNA VIANA DINIZ, INGRID ALVES DE FREITAS, GLAYLTON SILVA SANTOS, DANIELLI OLIVEIRA DA COSTA LINO, LÚCIA DE SOUSA BELÉM, GLAUBER GEAN DE VASCONCELOS, JUAN ALBERTO COSQUILLO MEJIA