25° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

SINDROME CORONARIANA AGUDA COM ACOMETIMENTO DE TCE – CASOS CLINICOS E AVALIAÇAO DE DESFECHO.

Resumo estruturado

Introdução: O Tronco da Coronária Esquerda (TCE) é responsável pelo suprimento sanguíneo de cerca de 75% do miocárdio, sendo sua importância funcional dependente do padrão da circulação coronária (dominância direita ou esquerda), da presença de obstrução na artéria coronária direita, e da existência de enxertos arterial e venoso distais em pacientes já submetidos a revascularização cirúrgica (condição denominada tronco protegido). Relatamos 2 casos de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e acometimento isolado de TCE, com seus desfechos clínicos fatais a despeito de suporte intensivo. Caso 1: CBP, 48 anos, com quadro de dor precordial típica há 2 semanas, piora 3h antes da admissão neste hospital, associada a dispneia. Eletrocardiograma (ECG) evidenciou supra do segmento ST (SST) em parede anterior. Cateterismo mostrou lesão de 100% em óstio de TCE sem lesões em outros vasos; realizado implante de stent farmacológico (SF) com fluxo TIMI 3, além de terapia com ácido acetilsalicílico (AAS), Ticagrelor, Agrastat® e Heparinização plena. Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) mostrou fração de ejeção (FE) 39%, acinesia apical do ventrículo esquerdo e de paredes anterior e septal. Evoluiu com choque cardiogênico, necessidade de altas doses de inotrópico e ventilação mecânica, sendo optado por passagem de balão intra aórtico (BIA). Evoluiu com picos febris e piora do quadro hemodinâmico, evoluindo a óbito após 8 dias de internamento. Caso 2: FESL, 34 anos, com quadro de dor precordial típica, sudorese e dispneia, admitido neste hospital com mais de 24h de queixas, ECG evidenciou SST em parede anterior. Cateterismo mostrou lesão de 100% em óstio de TCE sem lesões em outros vasos; realizado implante de SF com fluxo TIMI 2, além de terapia com AAS, Clopidogrel, Agrastat® e Heparinazação plena. Evoluiu com choque cardiogênico, em uso de altas doses de inotrópico, sendo também optado por passagem de BIA. ECOTT mostrou FE 25%, hipocinesia de paredes septal e lateral, acinesia apical e de parede anterior. Evoluiu com choque séptico e óbito após 11 dias de internamento. Discussão: O desfecho a curto prazo de pacientes com IAM complicando com choque cardiogênico devido acometimento do TCE permanece insatisfatório, com taxas de mortalidade próximas a 50%. Atualmente a intervenção coronariana percutânea é permitida, contudo questões clínicas como idade, presença de diabetes melitus, necessidade de BIA e KiIlip≥III admissional são fatores preditores independentes de desfechos MACE a curto prazo (até 1 mês do evento).
Conclusão: Lesões que acometem o TCE não protegido frequentemente predispõem a significativo grau de isquemia, com disfunção ventricular esquerda severa ou arritmias potencialmente letais. A despeito do suporte intensivo ideal ofertado, as taxas de mortalidade intra-hospitalar e precoce permanecem elevadas, ressaltando a gravidade e a necessidade de atenção especial neste tipo de evento isquêmico.

Palavras-chave (de 3 a 5)

Infarto Agudo do Miocárdio, Síndrome Coronariana Aguda, Tronco de Coronária Esquerda, Intervenção Percutânea.

Área

Clínico

Autores

Larissa Chagas Corrêa, Ingrid Alves de Freitas, Glaylton Silva Santos, João Luiz de Alencar Araripe Falcão, Jairo de Carvalho Santos, José Ribamar de Andrade Junior, Arthur Rafhael Amorim Alves, Fernanda Brito Sabino Freitas, Danielli Oliveira da Costa Lino